A disputa pela presidência da Câmara Municipal de Goiânia pode ser travada entre dois emedebistas. De um lado, Henrique Alves (MDB), que está no bloco que concentra a maior parte dos vereadores, incluindo outros quatro parlamentares do MDB, partido do prefeito eleito Maguito Vilela. Este agrupamento está sendo chamado de “Grupo dos 21” e tem como líder o atual presidente da Casa, o vereador Romário Policarpo (Patriota).No outro bloco, o candidato Gian Said (MDB), dissidente da sigla, vai representar o chamado “Grupo dos 14”, onde está isolado dos correligionários.Nenhum dos grupos, porém, dá como definidos esses nomes na cabeça de chapa. Como toda eleição para a mesa diretora, tudo pode mudar a poucos minutos de começar a votação. Apesar de estarem em desvantagem, o segundo bloco tem esperanças ainda de virar jogo. A provável candidatura de Gian Said, inclusive, é parte da estratégia para atrair mais votos, já que o parlamentar é do mesmo partido que Maguito e esteve com ele no primeiro e no segundo turnos da eleição.Eles também trabalham com a possibilidade do atual presidente Romário Policarpo voltar atrás do anúncio de que não disputaria a reeleição. Tanto aliados como adversários consideram o nome dele permanente no jogo pelo comando da Casa. Nos bastidores, a especulação é de que o anúncio faz parte da estratégia do bloco para atrair nomes do grupo adversário, como uma forma de dizer que o presidente ainda estaria indefinido. Policarpo, por sua vez, disse ao POPULAR que perdeu o interesse pelo cargo por questões pessoais de saúde.Além de Henrique Alves ser o nome apontado no bloco de Policarpo para disputar a cadeira mais cobiçada da Casa, o grupo também já tem nomes para ocupar outros cargos na mesa diretora (leia no Giro, na página 2). Com 21 integrantes por ora, a maioria deles se concentra, desde a manhã de ontem, em um hotel em Anápolis, e pretendem ficar assim até a posse, marcada para as 15h de hoje. A ideia é manter o grupo unido e evitar dissidências.ContençãoPor outro lado, o bloco adversário ainda não evoluiu nas composições. Sem maioria, eles trabalham para conter evasões como a do vereador Anderson Sales Bokão (DEM), que foi para o grupo de Henrique Alves na quarta-feira (30).“Temos conversas com pessoas de lá, mas estamos trabalhando para conter os nossos e garantir a maioria”, diz Lucas Kitão, um dos principais articuladores do bloco de 14 integrantes. Tido como um grupo de oposição, os membros tentam quebrar esse estereótipo colocando agora, na linha de frente, nomes da situação. Além de Gian, Leandro Sena (Republicanos), que apoiou Maguito no primeiro e segundo turnos, também se coloca à disposição e tem trabalhado ao lado de Kitão para vencer a eleição.Uma das preocupações do grupo é com o vereador Edgar Duarte (PMB). Na quarta-feira (30), o presidente estadual da sigla, Santana Pires (PMB), fez o compromisso com Policarpo de que seu partido estaria com eles na disputa pela mesa diretora. Entretanto, dos dois representantes da sigla na Casa, apenas o Pastor Wilson (PMB) está com o chamado “Grupo dos 21”. Edgar continua com o outro bloco e ainda não deu sinais de que pretende recuar. Evasivo, o presidente municipal da sigla, Júnior Café, disse, por sua vez, que o partido está unido. “Está todo mundo junto, independente do que os grupos estão falando.”EspaçoOutro pêndulo era Joãozinho Guimarães (Solidariedade), que estava no “Grupo dos 14” (quando este ainda tinha 15 membros), mas decidiu ontem ir para o outro. A decisão foi tomada pelo fato de ser base de Maguito e ter visto que o outro grupo havia “estourado”, segundo informações de bastidores. Mais cedo ele havia dito à reportagem que não faria a mudança para “manter sua palavra” e que no bloco de Kitão tinha promessa de vaga na mesa diretora, o que não foi lhe garantido no grupo de Policarpo. Mas acabou desfazendo o compromisso.Até o fechamento desta edição, porém, nenhum dos grupos tinha fechada a composição da mesa diretora que irá para a disputa. No bloco de Policarpo, embora a presidência ainda não esteja 100% fechada, a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) já é dada como certa de que será de alguém do MDB.