Goiânia ultrapassou a marca de 1 milhão de eleitores neste ano. São exatamente 1.032.004 pessoas aptas a votar na capital nas eleições de 2022. Os dados foram disponibilizados pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) ao POPULAR nesta segunda-feira (11), quando estava prevista a divulgação do eleitorado por município, no calendário eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).Em 2018, a capital, que é o maior colégio eleitoral do estado, tinha 977 mil eleitores, o que significa que, neste ano, pela primeira vez, ela passa do 1 milhão. Ainda assim, foi um crescimento de 5,58%, abaixo da média de aumento no número do eleitorado nos municípios goianos (10%).O município que mais cresceu em quantidade de eleitores, entre 2018 e 2022, foi Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, que passou de 85,3 mil pessoas aptas a votar na última eleição geral para 107 mil neste ano. É um incremento de 25,63%.O segundo município que mais cresceu também fica no Entorno. Trata-se de Novo Gama, que passou de 40,7 mil eleitores em 2018 para 49,4 mil em 2022. O aumento foi de 21,32%. As duas cidades foram as únicas a terem crescimento que ultrapassou 20%.Goiás não teve nenhum município com redução no número do eleitorado entre 2018 e 2022. O que menos cresceu foi a cidade de Niquelândia, com incremento de 0,71% – de 27,3 mil para 27,5 mil.AnáliseA advogada Nara Bueno, especializada em direito e processo eleitoral, afirma que o crescimento do número de eleitores nos municípios vai além do aumento populacional. “Uma grande modificação é que não só a justiça eleitoral, mas artistas, líderes políticos têm apelado para a população regularizar o título ou fazer o título. Eu acho que não é só um dado demográfico”, afirma.A especialista lembra que as campanhas feitas durante o prazo de regularização do título, por exemplo, incentivaram os jovens que têm voto facultativo, que são os que têm entre 16 e 17 anos, a fazer o título mesmo não sendo obrigatório. “Acho que também demonstra dessa necessidade do eleitorado participar ativamente do processo político”, explica.Quanto ao destaque de crescimento em dois municípios do Entorno, a advogada comenta o trabalho que vem sendo feito pela justiça eleitoral para combater a fraude. A região de Goiás que fica próxima do Distrito Federal tem casos comuns de pessoas que fraudam seus endereços para votar em um município diferente do que ela mora ou até transferir para a própria capital do País, com o objetivo de ajudar determinado candidato.Leia também:- Primeira pesquisa Serpes/O POPULAR de 2022 será divulgada a partir de sexta- Voto evangélico pode mudar após escândalo do MEC, dizem especialistas- Candidato a governador pode gastar até R$ 17,2 milhões“O eleitorado tem tomado essa consciência de que se ele não votar no local onde ele mora, aquele município não vai ter desenvolvimento, benefício de políticas públicas. Esse trabalho que a justiça eleitoral tem feito para combater fraude, inclusive nesses casos específicos, tem surtido efeito”, afirma.CandidatosPara o cientista político Guilherme Carvalho, os dados da quantidade de eleitores por município também contribui para que os candidatos definam onde devem aumentar ou diminuir seus esforços por votos.“Estamos vivendo uma espécie de distritalização informal. Os candidatos a deputado estadual e federal estão negociando alianças no âmbito de uma divisão, no exemplo de Goiânia, por setores, e no interior por cidades”, diz.Ele avalia que o número de Goiânia, porém, não deve mudar muito o cenário político-eleitoral. “Já tem alguns candidatos que dominam muito bem esses distritos”, explica.Para Carvalho, porém, o crescimento do eleitorado traz consigo a necessidade do aumento do número de votos para cada candidato, que deve ser um ponto de preocupação dos postulantes nesta eleição.“Goiânia passa a ser uma briga de foices, porque municípios menores acabam perdendo relevância por não chegarem a ser critério de desempate”, analisa.EntornoOs dados do entorno, para o cientista político, comprovam o sentimento de alguns candidatos de que a região será decisiva. Ele lembra que em 2020, por exemplo, o governador Ronaldo Caiado (UB) trabalhou pela eleição de prefeitos de sua base nos municípios daquela localidade.Além disso, diante de uma iminente disputa concorrida ao Senado, a região será determinante para os candidatos, segundo análise do especialista. “A região, por ter um salto demográfico tão grande, ganha outro patamar”, afirma.Em Goiás, como já mostrou o POPULAR, o total de eleitores em 2022 é de 4,8 milhões. Os maiores colégios eleitorais são, além de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Rio Verde, Luziânia, Águas Lindas de Goiás, Trindade, Valparaíso de Goiás, Senador Canedo e Formosa.-Imagem (1.2488950)