O governador Ronaldo Caiado (UB) aproveitou as articulações do grupo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em favor da proposta de emenda à Constituição (PEC) da Transição para pedir contrapartida de apoio do PT aos projetos que criam a contribuição do agro em Goiás.O POPULAR apurou que, procurado pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que pedia apoio à aprovação da PEC no Senado, Caiado, que é um dos vice-presidentes do diretório nacional do UB, sinalizou posição favorável, mas comentou dos votos dos deputados petistas daqui.Adriana Accorsi e Antônio Gomide votaram contra a contribuição, alegando risco de prejuízos a pequenos produtores e falta de detalhamento dos porcentuais da cobrança no projeto de lei. O governo goiano fez articulações para que os deputados petistas mudassem o voto ou não comparecessem a votação.Leia também:- Votação da taxa do agro será híbrida e sem público- Veja galeria de fotos da invasão ao Plenário da Alego durante votação da taxação do agro- Juros seguem altos, mas PIB deve crescer, dizem analistasAdriana, eleita deputada federal e nomeada nesta terça-feira (22) para a equipe de transição de Lula na área de Justiça e Segurança Pública, recebeu ligação de Gleisi, mas, segundo aliados, entende que não há vinculação da votação em Goiás com a articulação em nível nacional com o UB em favor da PEC.A reportagem apurou que Gomide também foi procurado, inicialmente pelo próprio Caiado e auxiliares do governo, e depois por interlocutores do governo federal eleito. Ele não quis comentar as articulações, mas disse que mantém a posição contrária ao projeto por considerá-lo um cheque em branco para o governo.Gomide afirma que a gestão estadual deveria ter aberto diálogo para discutir as emendas apresentadas pela oposição ou antecipar os termos do decreto de regulamentação da cobrança do agro.