Entidades do setor produtivo se articulam para eleger nomes ligados aos seus interesses no pleito deste ano. Um exemplo é a Federação das Associações Comerciais, Industriais, Empresariais e Agropecuárias de Goiás (Facieg), que iniciou um movimento de apoio a pré-candidatos a deputado estadual e federal que tenham “comprometimento com o associativismo”.O presidente Sebastião Vieira diz ao POPULAR que a entidade, fundada em 1963, não se preocupava “muito com mandatos” e que é uma das plataformas de sua gestão buscar mais apoios entre os mandatários. “Entendemos que, a partir de agora, precisamos ter vários deputados estaduais e federais para construirmos bases sólidas para as associações comerciais e a federação. Muitas vezes, no passado, não tínhamos a quem recorrer.”Um exemplo de projeto de interesse do setor, e que tem pouca atuação da bancada federal goiana até o momento é o Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2021, que altera as definições de faturamento para enquadramento como Microempreendedor Individual (MEI) e alcança também as micro e empresas de pequeno porte, aumentando o teto do faturamento anual das categorias.De acordo com a entidade, se aprovada, a medida deve beneficiar 660 mil empresas em Goiás.Segundo Vieira, a Facieg tem estimulado presidentes das associações comerciais a apoiarem candidatos a deputado estadual e federal que tenham comprometimento com o setor. “Infelizmente, da nossa base em Goiás quem fala diretamente conosco é Zé Mário (MDB), Glaustin da Fokus (PSC) e outros dois deputados. Estamos bastante longe dos deputados federais. Mas creio que, a partir dessa eleição, as coisas melhoram muito para o lado do associativismo.”A entidade também tem mantido diálogo com os pré-candidatos ao governo do estado “para que eles tenham essa sensibilidade com os pequenos” empresários. Vieira relata já ter conversado com o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha (Patriota), com Edigar Diniz (Novo) e com Vitor Hugo (PL). O diálogo com o governador Ronaldo Caiado (UB) deve ocorrer em agosto.Leia também:- Câmara de Goiânia irá gastar R$ 635 mil para reformar auditório- Paço deve vetar redução de crédito suplementar- Assembleia arquiva CPI da SaúdePor “sensibilidade com os pequenos”, Vieira define ter um “olhar diferenciado” com “aquele que dá emprego e gera economia.” “Não é que não queremos pagar imposto. Todos têm que pagar imposto, mas precisa ser olhado de uma forma diferente. Para o pequeno pegar um empréstimo é difícil, ao contrário do agronegócio que está escancarado a ele o quanto ele pode pegar de dinheiro emprestado, subsidiado, com juros pequenos. O pequeno comerciante não tem isso. Precisa ter uma política que verdadeiramente chegue ao pequeno.”ApoioAlém da Facieg, outras entidades também se movimentam para apoiar pré-candidatos. A Federação das Associações Empreendedoras, Comerciais, Industriais, de Serviços, de Tecnologia, de Turismo e do Terceiro Setor do Estado de Goiás (Faciest), por exemplo, já declarou apoio ao presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (PSD), que deve disputar o Senado neste ano. O apoio foi firmado no início de junho, como mostrou a coluna Giro.A entidade surgiu em 2021 como alternativa à Facieg, da qual a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Goiás (Acieg) se desfiliou em dezembro de 2019. O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou do evento de lançamento da federação à época, mas a entidade diz que não deve se posicionar sobre as disputas pelos palácios das Esmeraldas e do Planalto nas eleições deste ano.Como já mostrou o POPULAR, as entidades ligadas ao agronegócio também se movimentam para eleger nomes ligados ao setor. Tanto que organizaram o evento de lançamento da pré-candidatura ao Senado de Lissauer, ocorrida em Rio Verde no fim de maio. Apoios a nomes para deputado estadual e federal também devem ocorrer.