Com obra iniciada em 2013, o presídio de Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal, já teve diferentes estimativas de entrega ao longo de quase 10 anos. Atualmente, a construção está parada, com expectativa de lançamento de novo edital ainda neste mês. A obra faz parte de lista formada por sete intervenções sob responsabilidade da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) que estão, segundo o órgão, “em processo de retomada”.De acordo com a Goinfra, o investimento previsto em Novo Gama é de R$ 17.857.066,79, mas não foi informada data para entrega da obra, que, segundo a pasta, está em fase de conclusão. Uma reportagem publicada pelo POPULAR em 2015 mostrou, com base em informações da Superintendência de Administração Penitenciária (Seap), que, naquela época, a expectativa era de que o presídio seria finalizado no segundo semestre de 2016.Outra matéria, publicada no início de 2017, mostrou que existia a previsão de a obra ser entregue naquele ano, o que possibilitaria a abertura de mais 300 vagas no sistema prisional do estado. O presídio de Novo Gama é uma das três obras paradas classificadas pela Goinfra como “civis”. Também fazem parte da lista os Centros de Atendimento Socioeducativo (Cases) de Rio Verde e de São Luís dos Montes Belos.Entre as obras paradas, também estão quatro intervenções rodoviárias. Uma delas é a duplicação da GO 010, do Jardim das Oliveiras, em Goiânia, ao entroncamento com GO 415, na saída para cidades como Goianápolis e Bonfinópolis. Segundo a Goinfra, a extensão é de 10,22 quilômetros e a previsão de investimento é de R$ 31.405.010,74.Leia também:- Contrato que previa a construção de viaduto na Avenida Leste Oeste é rompido, em Goiânia- Pequenas lojas podem ficar isentas de ofertar vagas de estacionamento, em Goiânia- Justiça manda Estado construir espaço para o cumprimento de pena de regime semiaberto em AnápolisAinda de acordo com a pasta, foi necessário readequar o projeto, realizar desapropriações e retirar postes de energia. A previsão é que a construção seja retomada em outubro deste ano.A pavimentação da GO 338, na região de Goianésia, também está parada. A extensão, segundo a Goinfra, é de 7,66 quilômetros e o investimento inicial previsto é de $ 7.555.615,71. A pasta informou, sem destacar detalhes, que foi necessário fazer a readequação do projeto. A previsão de retomada também é em outubro de 2022.Outra obra parada é a restauração da GO 040, entre o entroncamento com BR 452, em Bom Jesus, e a GO 320, em Goiatuba (extensão de 43 quilômetros). A previsão de investimento inicial é de R$ 48.718.803,29, segundo o estado. A Goinfra disse que esta obra também demandou readequação de projetos. A expectativa é que a intervenção tenha continuidade até o final deste mês.A duplicação da GO 213, entre Morrinhos e Caldas Novas, também está parada após o Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) determinar o encerramento do contrato.Social O Centro de Atendimento Socioeducativo de Rio Verde tem investimento estimado de R$ 6.851.294,26 e previsão de conclusão no segundo semestre de 2023. Segundo a Goinfra, o novo contrato já foi licitado e as obras devem ser retomadas no próximo mês.Em janeiro de 2019, o POPULAR publicou matéria que mostrou dados sobre a construção de cases no estado, inclusive o de Rio Verde, que teve obra iniciada em fevereiro de 2016 e chegou a ter previsão de entrega estimada para dezembro de 2018.Já a obra do Centro de Atendimento Socioeducativo de São Luís dos Montes Belos teve contrato rescindido e passará por nova licitação. O investimento previsto é, segundo a Goinfra, de R$ 7.864.640,47. Não foi informado previsão de retomada ou entrega.O POPULAR mostrou que a obra começou em agosto de 2015 e teve final previsto para outubro de 2019. Em relação aos dois Cases, a Goinfra informou que os edifícios ainda precisam passar por “conclusão, adequação e ampliação”.DadosA Goinfra não informou oficialmente a previsão inicial de entrega de nenhuma das obras que estão atualmente paradas. As informações sobre as intervenções eram publicadas no Geo-Obras, portal mantido pelo TCE-GO, que foi descontinuado em 2020. De acordo com o tribunal, um novo site está em desenvolvimento.Em nota, o TCE informou que, em 2021, determinou que todos os órgãos e entidades por ele fiscalizados disponibilizassem em seus portais de transparência informações sobre a situação das obras sob sua responsabilidade.O site mantido pela Goinfra, chamado Cenário Obras, está desatualizado. As escolas em obras, por exemplo, não estão mais entre as responsabilidades da agência. A pasta disse que está atualizando os dados disponíveis no portal.Duplicação de GO foi interrompida por suspeita de prejuízoO contrato com a empresa responsável pela obra de duplicação da GO 213, entre os municípios de Morrinhos e Caldas Novas, foi rescindido em 2021, após auditoria do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) demonstrar suspeita de irregularidades e prejuízos. O processo de fiscalização da obra começou em 2016.Em nota, o TCE-GO explicou que a intervenção foi abandonada pela primeira empresa contratada, que, em seguida, entrou em processo de falência. Diante disso, a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (que se chamava Agetop e depois teve a sigla trocada para Goinfra) contratou outra empresa sem licitação, o que foi considerado ilegal pelo TCE. Além disso, a unidade técnica do tribunal encontrou suspeita de sobrepreço no orçamento original. A auditoria nas obras também apontou problemas estruturais no que foi executado.Na última decisão sobre o tema, o TCE determinou contratação direta para a obra, anulação do contrato com a última empresa e readequação dos projetos para o remanescente da duplicação.O tribunal também converteu o processo em tomada de contas especial, procedimento administrativo para apurar e responsabilizar dano à administração. De acordo com o TCE, o processo de julgamento foi interrompido em agosto deste ano após a ação receber pedido de vista. Quando for devolvido, será reincluído na pauta.-Imagem (Image_1.2524403)