A Secretaria de Estado da Economia informou ao POPULAR que será enviada uma atualização da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) à Assembleia Legislativa de Goiás até setembro. O objetivo é readequar as metas orçamentárias para que a norma contemple as reduções de receitas provocadas por fatores como a diminuição da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis.A LDO aprovada pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) na quarta-feira (6) traz uma previsão de receita, para 2023, de R$ 39,2 bilhões, com despesas correntes de R$ 38 bilhões. A meta era de um superávit primário de R$ 1,2 bilhão até o fim do ano que vem.No entanto, como o texto chegou à Casa no dia 30 de abril, ele não contemplava mudanças orçamentárias provocadas por leis federais nos últimos dias. No dia 27 de junho, depois que o Congresso Nacional aprovou a lei que limitou o ICMS sobre os combustíveis, comunicações e energia para 17%, o governador Ronaldo Caiado (UB) anunciou a redução das alíquotas no estado.O índice sobre a gasolina e o etanol passou de 30% para 17%. Já o diesel teve redução de 16% para 15% de alíquota do ICMS. Isso implica numa perda de arrecadação de R$ 3 bilhões só em 2022, segundo cálculo apresentado pelo governo na época do anúncio da medida.Leia também:- LDO aprovada prevê R$ 1,2 bi de superávit- Lissauer estuda reduzir o número de sessões semanais na Assembleia- IPO da Saneago aguarda mercado mais favorávelHavia expectativa de que essa mudança fosse contemplada pela LDO em tramitação na Alego por meio de emendas dos deputados estaduais, o que não foi feito.Nesta quinta-feira (7), a secretaria, então, respondeu ao POPULAR que isso vai ser feito por meio do envio de uma atualização da LDO, que deve chegar à Alego junto com o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA).A Alego encerrou as sessões na quarta-feira e entrou em recesso. Os projetos devem ser apreciados no segundo semestre e, segundo a secretaria informou em nota, deve chegar até setembro.“A LDO terá que ser revisada com as metas e com a nova projeção de receita que foi afetada positivamente pela inflação e negativamente pela questão da LC.194/ICMS e pela lei que trata do IPVA. A equipe econômica já iniciou um balanço, que ainda não está concluído, mas a LDO será revisada”, diz a nota.O líder do governo na Alego, deputado estadual Bruno Peixoto (UB), disse que é cedo para dizer se, com a mudança, haverá déficit orçamentário, diferentemente do superávit previsto inicialmente. Ele lembra que o presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu que haveria uma medida para recompensar os estados pela perda de arrecadação.“Temos que aguardar a recomposição, conforme anúncio do presidente, para que todas essas alterações sejam feitas no orçamento”, disse o deputado.