Depois de três sessões seguidas encerradas por falta de quórum, a Assembleia Legislativa finalizou os trabalhos ontem após limpar toda a pauta do dia. Os deputados decidiram pela manutenção de dois vetos encaminhados pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) à Casa e pela a derrubada de um. Após orientação do presidente da Casa, Lissauer Vieira (PSB), 29 deputados votaram pela derrubada de veto do governo à emenda que excluiu servidores do Tribunal de Justiça, Ministério Público e Assembleia Legislativa do novo Estatuto do Servidor Público. A matéria foi aprovada na Casa no dia 21 de dezembro de 2019.No dia 19 de fevereiro, quando os vetos começaram a ser apreciados, Lissauer havia dito que buscaria diálogo com os órgãos envolvidos para definir a estratégia quanto ao veto. Entre as mudanças promovidas pelo novo estatuto estão o fim dos quinquênios e substituição da licença-prêmio pela a licença de capacitação.Ontem, Lissauer afirmou que o veto foi derrubado conforme acordo firmado durante a votação da matéria em novembro, com a presença do secretário de Governo, Ernesto Roller, secretário de Estado de Administração, Bruno Magalhães D’Abadia, e o líder do Governo. “São Poderes distintos e independentes. O governo vetou essa parte que tínhamos modificado e derrubamos essa decisão. Os Estatutos do Legislativo, Ministério Público e Judiciário estão sendo construídos e em breve serão regulamentados de uma vez por todas”, disse o presidente.Sessão estendidaCumprir o planejamento da pauta ontem exigiu esforço. A sessão foi estendida por duas horas a pedido do líder do Governo na Casa, Bruno Peixoto (MDB). Minutos antes de a última matéria ser apreciada no plenário (veto à lei que institui na Polícia Militar a Patrulha Maria da Penha), apenas 17 deputados da base estavam no plenário. Com a orientação pela a manutenção do veto, a presença de governistas era necessária.Com isso, deputados aliados de Caiado pediram para discutir a matéria até que parlamentares que estavam fora do plenário voltassem ao local para registrar o voto. Às 17h15, o veto foi mantido com o total de 21 votos (número mínimo necessário para que a votação ocorra), 18 favoráveis e 3 contra. Apesar de a sessão ter sido estendida por duas horas, os trabalhos foram encerrados em seguida devido à conclusão da pauta.Outro veto mantido ontem diz respeito a projeto que revoga a cobrança de pedágios em Goiás, de autoria do deputado Alysson Lima (Solidariedade). A matéria foi a mais debatida no plenário. Alysson criticou a decisão do governador, afirmando que Caiado defendeu o fim da cobrança de pedágios antes de ser governador. O veto foi mantido com 21 favoráveis e 13 votos contrários.CobrançaO deputado Humberto Teófilo (PSL), que foi expulso da base do governo, continua circulando pelo plenário da Assembleia segurando um milho de isopor e espuma de cerca de 70 centímetros de altura. A alegoria é utilizada pelo parlamentar desde a semana passada para criticar a falta de repasse de R$ 1 milhão em emenda para o município de Inhumas, base de Humberto. O deputado voltou a afirmar que a verba foi prometida pelo governo. A liderança do Governo já havia justificado que o Estado ajudaria com emendas “dentro do possível”. Humberto também rebateu críticas de Bruno Peixoto aos deputados que foram expulsos da base. Em entrevista ao POPULAR, publicada no dia 25 de fevereiro, o líder do Governo disse que Eduardo Prado (PV) e Humberto elogiavam o governo e mudaram o discurso após seus indicados serem exonerados do governo. “Eu elogiava mesmo. Eu acreditava no governo. Mas tenho lado, não fico em cima do muro. Mas o governador mentiu sobre acabar com pedágios, sobre convocar delegados e sobre valorizar servidores. Como fica ao lado de um governo desse? Com essas mentiras, com certeza vou ser oposição”, disse Humberto. Eduardo Prado, Humberto Teófilo, Major Araújo (PSL), Karlos Cabral (PDT) e Virmondes Cruvinel (Cidadania) foram expulsos da base após votarem contra a reforma da Previdência estadual, no fim do ano passado.