Atualizada às 21h48Em reunião realizada na tarde desta quarta-feira (23), o secretário-geral da Governadoria, Adriano da Rocha Lima, apresentou a proposta do estado para pagamento atrasado da data-base dos servidores no índice de 5,5%. Presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Goiás (Sindipúblico), Nylo Sérgio Nogueira, afirmou que o porcentual não foi aceito pelos representantes do funcionalismo. Nova reunião foi marcada para a próxima semana.Segundo Nylo, o secretário afirmou que a Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE) irá apurar se existe limite para aumentar o índice, mas não garantiu que isso realmente irá acontecer. O porcentual sugerido pelo governo está abaixo dos 25,53% exigidos pelos membros do Fórum em Defesa dos Servidores e Serviços Públicos do Estado de Goiás em reunião com Adriano na última sexta-feira (18). Segundo os representantes dos servidores, o porcentual de 25,53% é referente à recomposição salarial dos servidores apenas durante o governo de Ronaldo Caiado (União Brasil), que não pagou a data-base em nenhum dos três primeiros anos de gestão. No entanto, há categorias com índices em atraso que correspondem também a governos anteriores. Os líderes sindicais afirmam que a proposta de 25,53% é comum a todas as categorias e foi apresentada com o objetivo de demonstrar ao governo disposição para o diálogo.Em entrevista ao POPULAR publicada no dia 15 de fevereiro, Caiado disse que o reajuste não é pago desde 2016 e afirmou que seu secretário de Governo já havia convidado presidentes de sindicatos para discutir o assunto. “Não vamos fazer promessas para não cumprir depois”, disse o chefe do Executivo na época.Como a data-base não consta na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2022, o governo terá que mandar projeto para a Assembleia Legislativa de Goiás aprovar a alteração no planejamento financeiro do estado. O fato de o texto não trazer a recomposição inflacionária provocou reação negativa entre servidores logo quando o texto começou a tramitar na Assembleia, em outubro do ano passado. Na época, Caiado disse que voltaria a discutir o tema após adesão de Goiás no Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o que ocorreu no final de 2021.Em nota, a Secretaria-Geral da Governadoria informou que o estado continua “discutindo de forma aberta e transparente com o funcionalismo público o índice de reajuste salarial.” A pasta ressaltou que nesta quarta foi apresentada uma primeira proposta e que a negociação está sendo feita considerando a situação fiscal do estado e as limitações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei Eleitoral e pelo Regime de Recuperação Fiscal. “O diálogo com os representantes dos servidores continuará nos próximos dias, em busca de um consenso”, disse.