O deputado federal por Goiás Elias Vaz (PSB-GO) denuncia a possibilidade de as Forças Armadas terem superfaturado a compra de 35.320 comprimidos de Viagra em 143%. A aquisição foi revelada nesta segunda-feira (11) pelo jornal O Globo, após levantamento do parlamentar. Ao POPULAR, Elias revela a nova suspeita quanto aos valores da compra do remédio.Elias e o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) vão acionar o Ministério Público Federal (MPF) para pedir investigação sobre esses indícios. “Além de gastar dinheiro público com Viagra, tudo indica que o governo Bolsonaro ainda compra acima do preço de mercado. O Congresso Nacional e toda a sociedade merecem uma explicação. O brasileiro está amargando um reajuste terrível no valor de medicamentos e faltam remédios para doenças crônicas nas unidades de saúde. Enquanto isso, o governo está gastando para atender as Forças Armadas com Viagra”, destaca Elias Vaz. O processo 00106/2020, com o princípio ativo Sildenafila, composição Sal Nitrato (nome genérico do Viagra), para a compra de 15.120 comprimidos de 25 mg, estabelece como preço unitário R$ 3,65. A data da compra, para atender a Marinha, é 7 de abril de 2021. Acontece que outro processo, de número 00099/2020, para aquisição do mesmo medicamento, teve valor muito mais baixo. A data da compra, que atendeu o Exército, é 14 de abril de 2021 e cada comprimido saiu por R$1,50. Os dois processos são para atender unidades do Rio de Janeiro. Nesta segunda-feira (11), o parlamentar também apresentou requerimento pedindo explicações ao Ministério da Defesa sobre processos de compra de 35.320 comprimidos do medicamento para atender Marinha, Exército e Aeronáutica. O parlamentar identificou no Portal da Transparência e no Painel de Preços do governo federal oito pregões homologados em 2020 e 2021 e ainda em vigor neste ano. O maior volume, 28.320 comprimidos, é destinado ao Comando da Marinha. Em seguida, aparece o Comando do Exército, com 5 mil comprimidos, e o da Aeronáutica, com 2 mil comprimidos.Quanto à compra, o Ministério da Defesa respondeu que a aquisição de sildenafila visa ao tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP). "Esse medicamento é recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para o tratamento de HAP. Por oportuno, os processos de compras das Forças Armadas são transparentes e obedecem aos princípios constitucionais."Quanto à denúncia de superfaturamento, o órgão orientou falar com o Exército e a Marinha. O Exército ainda não respondeu e a Marinha só falou da compra do remédio, com a mesma justificativa apresentada pelo Ministério da Defesa. Leia também:ONU aprova resolução contra Rússia apoiada pelo BrasilGoverno Bolsonaro não investiu em bateria de nióbio para carros elétricos