Apenas sete dos 17 deputados federais por Goiás se declaram a favor da reinclusão de Estados e municípios no texto da reforma da Previdência. Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata do assunto deve ser aprovada no Senado e depois segue para a Câmara dos Deputados, que retirou os entes do texto aprovado no primeiro semestre e onde ainda há resistência sobre a matéria.A inclusão ou não de Estados e municípios no texto da reforma foi tema de muita discussão na Câmara durante a análise em primeiro turno, sobretudo devido ao desgaste político que a reforma gera, visto que é impopular.Como mostrou o POPULAR no início de junho, os deputados defendiam que o desgaste tem que ser dividido com deputados estaduais e vereadores, o que deve ocorrer, uma vez que, se ficarem de fora da reforma, Estados e municípios deverão aprovar reformas próprias.O líder do PSL na Casa, Waldir Soares (PSL), o Delegado Waldir, por exemplo, afirmou à época que “nada mais justo que governadores e prefeitos assumirem as responsabilidades também”. Segundo ele, em junho, a responsabilidade precisa ser de todos. “Ano que vem temos eleições municipais e os prefeitos não querem se desgastar, mas todos têm de fazer sua parte.” O deputado não foi encontrado para comentar a situação atual.Lucas Vergílio (SD), porém, trata esse discurso como populista. “Tem que votar. Imagine se cada um dos 5 mil municípios e 27 Estados terem que aprovar suas reformas. O melhor é fazer isso de uma vez só. Muitos estão preocupados com o desgaste político, mas nunca vou pelo lado populista. Temos que aprovar.”Pensamento semelhante demonstra Adriano Avelar (PP), conhecido como Adriano do Baldy, que se diz favorável à inclusão para evitar desgastes futuros para governadores e prefeitos. “Temos que fazer uma reforma igualitária e que abranja a todos. Os municípios estão quebrados, então temos que buscar equilíbrio nas contas.”Alcides Ribeiro (PP), o Professor Alcides, também se diz favorável, mas pondera: “Ainda há resistência”. Contudo, segundo ele, “se houver um bom diálogo, creio que passa”. “Para isso, será necessário conversar com Rodrigo Maia”, afirma, em referência ao democrata, que é presidente da Câmara.CONTRADos 11 parlamentares ouvidos pelo POPULAR, três se declaram contra a inclusão. Glaustin da Fokus (PSC), por exemplo, diz que “cada um tem que ter sua discussão”, em referência a reformas próprias a serem feitas por Estados e municípios, caso realmente fiquem de fora do texto que tramita no Congresso Nacional.De acordo com ele, porém, sua posição não é devido ao desgaste político, mas pelas peculiaridades de cada um dos entes. “Não é pela indisposição (política), mas porque os entes são diferentes uns dos outros e, por isso, (o Congresso) deveria deixar o Estado discutir.”À coluna Giro, José Nelto (Podemos) afirma que, a proposta será engavetada “na primeira gaveta”, quando chegar à Câmara. “O conselho que dou para os governadores é que trabalhem com a reforma aprovada pela Câmara. Será a redação final.”Já Francisco Júnior (PSD) se diz contra “por ainda não ver como isso vai favorecer os municípios goianos”, mas pondera: “Agora, não sou radical. Se os municípios se mobilizarem e pedirem que os deputados sejam a favor, não vejo problema. Então, a discussão de verdade começa agora.”-Imagem (Image_1.1851532)