O empresário goiano José Alves, dono da farmacêutica Vitamedic, é um dos 80 na lista de pedidos de indiciamento no relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, do Senado. A empresa, que vende ivermectina, financiou anúncios sobre tratamento precoce e é acusada de “epidemia com resultado morte”. A ivermectina é um dos medicamentos do chamado “kit covid”, que foram utilizados para tratamento contra a Covid-19, mesmo sem eficácia comprovada. O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), foi quem incluiu José Alves na lista de indiciamentos sugeridos. Quando incluiu o goiano na investigação, ainda em agosto, o parlamentar definiu o uso do medicamento como “tratamento medieval”.“Hoje nós acrescentaremos outros nomes. Um dos nomes que vamos acrescentar é o do empresário José Alves, que tem a ver com o tratamento precoce, com esse tratamento medieval que o governo utilizava como política pública através dessas pessoas. Esse empresário foi o maior produtor de ivermectina, um remédio para curar cavalo, curar vaca”, disse o senador, na época.Durante a CPI, a empresa foi representada por Jailton Batista. No depoimento, ele confirmou que a empresa teve lucro expressivo na venda de ivermectina durante a pandemia. Ele alegou ainda que nenhum estudo foi realizado pela empresa para testar a eficácia do medicamento no tratamento da doença, e que a empresa, de fato, defendeu o uso da ivermectina como tratamento precoce para Covid-19. O POPULAR procurou pela assessoria de José Alves, mas não houve retorno até a conclusão desta edição. (Elisama Ximenes)