A Polícia Civil encerrou o inquérito instaurado para investigar a suposta violência política de gênero, praticada pelo presidente da Câmara dos Vereadores de Aparecida de Goiânia, André Fortaleza (MDB) contra a vereadora Camila Rosa (PSD), no último dia 2 de fevereiro. Em conclusão, a delegada que presidiu as investigações, Luiza Veneranda, entendeu que existem elementos caracterizadores do crime de violência política contra a mulher, previsto no art. 326-B do Código Eleitoral. “Não é mais aceitável que tais comportamentos tenham espaço no atual cenário político brasileiro, seja por decorrência do estágio de avanço educacional e cultural da nossa sociedade, seja pela aplicação do ordenamento jurídico repressor àqueles que não respeitam a posição política de suas parlamentares”, destacou. O artigo prevê pena de reclusão para quem assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo.“A vítima (Camila Rosa) em questão é a única parlamentar da sua atual legislatura, de um total de 25 parlamentares, e corresponde apenas a uma das 5 mulheres vereadoras que foram eleitas desde 1966 no município de Aparecida de Goiânia”, ressaltou a delegada ao final do inquérito. Concluída a investigação, o inquérito será encaminhado para a Vara Eleitoral do Município de Aparecida de Goiânia.Relembre o caso A vereadora Camila Rosa (PSD) teve o microfone cortado pelo presidente da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, André Fortaleza (MDB), em meio à discussão sobre as cotas de gênero nas eleições proporcionais. Os ânimos se exaltaram e, sem deixar a parlamentar responder, o vereador pediu respeito por ser presidente e cortou sua fala.Abalada, Camila chorou durante a sessão, realizada no início de fevereiro. A parlamentar é a única mulher na Câmara de Aparecida. Além dela, também foi eleita Valéria Pettersen (MDB), que se licenciou para ocupar cargo na Prefeitura de Goiânia.Victoria Lacerda é estagiária de jornalismo do convênio GJC/PUC-GO. Leia também: - Machismo provoca reações na Câmara de Goiânia - Após homenagem a Camila Rosa, vereadores de Goiânia defendem presidente da Câmara de Aparecida - Eleitas seguem sendo poucas em Goiás