Apenas o banco Itaú participou do leilão da folha de pagamento da Prefeitura de Goiânia, com oferta do lance mínimo, de R$ 165 milhões. Com a frustração da expectativa de alcançar de R$ 200 milhões a R$ 250 milhões com a venda, o Paço suspendeu a licitação alegando análise de documentos, até 11 de janeiro de 2022.O leilão começaria às 9 horas, mas foi adiado para 14 horas, depois de impasse provocado por veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) à permissão para que Estados e municípios movimentem recursos do Fundeb para outras contas usadas por prefeituras e governos estaduais.Representantes do Bradesco acompanharam o leilão, mas o banco não se habilitou para a disputa.A Comissão de Licitação da Prefeitura fez pedido para que o Itaú revisse o valor, alegando que o veto do presidente representa "baixo impacto" e que se trata de primeiro processo licitatório feito pela Prefeitura para a folha. Alegou ainda perspectiva de crescimento da folha da capital.Depois de pedir alguns minutos para consultar a cúpula do banco, os representantes afirmaram que o cenário é incerto e que se tratava de valor máximo. "Tivemos uma manhã desafiadora e estamos dispostos a encarar os desafios do incerto. Fomos ao máximo", afirmou a representante.A suspensão até dia 11 gerou estranhamento tanto do banco participante como do que assistia à sessão. Ambos questionaram o motivo do prazo. A Prefeitura informou apenas que seria o prazo necessário para analisar a proposta.Como mostrou O POPULAR nesta terça-feira, o edital prevê que o banco vencedor faça os pagamentos do Fundeb, da folha dos servidores da educação. A lei, no entanto, exige operações pelos bancos públicos - Caixa Econômica ou Banco do Brasil. A Prefeitura citava tanto o projeto aprovado no Congresso - articulado pela Federação Nacional dos Municípios, alegando autonomia dos entes federativos - como decisões judiciais favoráveis a outros municípios para defender o dispositivo, que valoriza o preço da folha. No entanto, na noite de segunda-feira, Bolsonaro vetou o artigo que flexibilizava a exigência.