Apesar de alguns deputados federais por Goiás ainda evitarem revelar suas posições na eleição da Câmara Federal, que ocorre no início de fevereiro, entre os que já se posicionaram, o deputado alagoano Arthur Lira (PP) tem uma leve vantagem em relação ao paulista Baleia Rossi (MDB) - sete a quatro para o pepista (veja o quadro ao lado). Ainda assim, os indefinidos podem virar o placar. Entretanto, se fosse considerado que os parlamentares votassem seguindo a posição de seus partidos, o pepista aumentaria a vantagem entre os goianos, agregando 10 dos 17 representantes do Estado.Além do próprio PP, o Podemos, PSC, PSD, Republicanos, PL, Patriota e PSL estão com Lira. Já o DEM, PSDB, PDT, PT, PSB e Solidariedade estão com Baleia. Se os parlamentares estivessem seguindo à risca as posições partidárias, portanto, o placar já estaria determinado. Porém essa conta não é tão simples assim, porque há dissidências e o voto é secreto. O caso mais emblemático é o do PSL. Como já mostrado pelo POPULAR, a segunda maior bancada da Câmara estava com Baleia Rossi. O partido, no entanto, é rachado desde a ruptura com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Nesse imbróglio, os dois deputados por Goiás, Delegado Waldir (PSL) e Vitor Hugo (PSL), estão cada um em um lado.A parte bolsonarista, onde está Vitor Hugo, não concordou com a articulação inicial. O deputado goiano juntou assinaturas e conquistou maioria interna, mudando a sigla para a candidatura de Lira. Além do pepista ser o candidato de Bolsonaro, colaborou para essa migração o fato de partidos de esquerda estarem ao lado de Baleia. Apesar disso, Delegado Waldir permanece com o emedebista, candidato do atual presidente Rodrigo Maia (DEM). Segundo o goiano, essa é a aliança mais coerente, considerando o espaço que Maia deu ao PSL em sua gestão.IndefinidosAlém disso, o Podemos, de José Nelto, ainda não anunciou oficialmente que está no bloco de Lira, apesar de a presidente, Renata Abreu, ter se juntado aos apoiadores do alagoano em jantar em São Paulo. O partido ainda aguarda uma unanimidade em torno da candidatura pepista. O goiano José Nelto disse ao POPULAR que o partido tem reuniões marcadas até o dia 30 de janeiro para sair com uma definição – entre elas um encontro com Lira. Ele, particularmente, tem sido cauteloso e inclusive participou dos jantares que o governador Ronaldo Caiado (DEM) ofereceu para os dois candidatos.Além de José Nelto, o deputado federal Zacharias Calil (DEM) diz não ter definido o voto ainda, apesar de ser correligionário de Maia. Mesmo com a conversa amistosa de Caiado com Baleia no jantar da semana passada, o parlamentar aguarda palavras diretas do governador, que também é presidente estadual do partido. “Nós devemos ter reuniões na próxima semana sobre isso”, disse.Presente nos jantares oferecidos pelo governador aos dois deputados que disputam a presidência da Câmara, Calil considera que não há grande diferença nas propostas apresentadas por eles. “Os dois têm praticamente as mesmas propostas e eu tenho as mesmas reivindicações”. ContaO placar individual em Goiás, portanto, dá a Lira sete votos, e a Baleia, quatro. Nelto e Calil são os dois indefinidos ainda. Alcides Rodrigues (Patriota), José Mário (DEM), Lucas Vergílio (Solidariedade) e Célio da Silveira (PSDB) foram procurados pela reportagem, mas não responderam. Desses, apenas o partido de Alcides já tem posição fechada com o candidato de Bolsonaro. Os demais são de siglas que apoiarão Baleia Rossi. Os parlamentares que seguem a posição do partido e não protagonizaram imbróglios como o do PSL dizem que não se trata apenas de uma imposição da sigla, mas de um alinhamento individual. Glaustin da Fokus (PSC), fechado com Lira, inclusive fez críticas ao atual presidente da Câmara. “Maia criou um grupo que não está convergido com o presidente (Bolsonaro), há pautas que ele poderia ter trazido e ele não trouxe. Então mesmo que o PSC ficasse com o Baleia, eu estaria com Lira.”-Imagem (1.2186746)