Inclinado nos últimos dias a tentar cadeira de deputado federal, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) articula, nesta reta final das convenções, uma frente para a disputa ao governo de Goiás no palanque do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele intensificou conversas em São Paulo para tentar atrair o PSD e fortalecer a chapa com o nome de uma mulher para a vice.Por trás da jogada, está a análise, com base em novas pesquisas internas, que há chances de chegar ao segundo turno e que outros grupos da oposição estão fragilizados na formação de chapas. Além disso, Marconi considera que o governo dá sinais de preocupação com sua possível candidatura. Aliados do tucano afirmam que dois emissários do governo o procuraram esta semana para propor “trégua” caso seja candidato a deputado federal.Diante da carta do PSDB nacional que pede que ele tente mandato na Câmara e da possibilidade de ser o único estado com aliança oficial com PT, Marconi cobra mais ajuda do partido de Lula para fortalecer a chapa. Ele pediu que o diretório nacional reforce articulações com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.O senador Jaques Wagner (PT), um dos interlocutores do partido na organização dos palanques estaduais, conversou nesta quarta-feira com o senador Vanderlan Cardoso (PSD) para sondar a possibilidade de aliança.Pelo acordo proposto, o presidente estadual do PSD, Vilmar Rocha, seria o candidato ao Senado e uma mulher - na preferência dos tucanos, a deputada estadual Adriana Accorsi, pré-candidata a federal - ocuparia a vaga de vice. O pedido de reforço da petista leva em conta que as chapas do governador Ronaldo Caiado (UB) e do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha (Patriota) não terão mulheres.O pré-candidato do PT ao governo, o ex-reitor da PUC-GO Wolmir Amado, também é cotado para ser vice na possível chapa com Marconi.Quanto às dificuldades do PSD de romper com a base governista, diante da ameaça do governador de retirar candidaturas de dois nomes para deputado federal, os tucanos acreditam que é possível contornar: Wolmir ajudaria nos contatos com a igreja católica para reforçar a candidatura do deputado Francisco Júnior à reeleição e haveria oferta de ajuda para fortalecer a chapa. Há também investidas para tentar convencer Ismael Alexandrino e Dannillo Pereira, aliados do governador, a não desistir.Apesar do entusiasmo maior manifestado por Marconi, aliados ainda consideram que é difícil garantir o palanque ampliado e que a tendência maior segue sendo de candidatura a federal. Nas conversas com tucanos em São Paulo e Brasília, a maioria ainda defende que o ex-governador garanta mandato na Câmara. O diretório nacional tem interesse em garantir bancada, já que o cálculo para distribuição de fundos partidário e eleitoral e de tempo de televisão leva em conta a quantidade de deputados federais.Leia agora:- Vereadores articulam para Policarpo ser vice na chapa de Mendanha- Para preservar chapa de deputados, PSD deve seguir na base- Comando destituído do Pros em Goiás tenta manter apoio a Caiado