Integrante da equipe econômica da campanha do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para concorrer à Presidência da República, Henrique Meirelles (PSD) garante ao POPULAR que essa tarefa não irá atrapalhar seu projeto político em Goiás, que é o de disputar o mandato de senador nas eleições deste ano. Além de Meirelles, Doria conta com as economistas Zeina Latiff, Vanessa Rahal Canado e Ana Carla Abrão na equipe que cuida da parte econômica do seu plano de governo. Abrão é outra goiana do grupo e foi secretária da Fazenda de Goiás entre 2015 e 2016, no terceiro mandato do ex-governador Marconi Perillo (PSDB).Os nomes foram anunciados no dia 16 de dezembro e Meirelles é tido como o principal nome da equipe por ter comandado o Ministério da Fazenda na época em que Michel Temer (MDB) foi presidente da República, entre 2016 e 2017. Atualmente, o goiano é secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo, sob a gestão de Doria. O governador foi escolhido como candidato do PSDB ao Planalto em prévias do partido realizadas.Ao mesmo tempo, Meirelles é pré-candidato ao Senado por Goiás e há uma expectativa de que sua agenda no estado se intensifique em 2022. O economista, no entanto, garante que um projeto não atrapalha o outro. “Já trabalhei no plano econômico do Doria no fim do ano passado e no início deste mês, vamos deixar pronto, apresentado à sociedade”, diz.Meirelles afirma que pretende deixar a secretaria da Fazenda de São Paulo depois do carnaval, em março, quando vem intensificar sua agenda de candidato em Goiás. Segundo ele, pode ser que em algum momento atenda a alguma demanda da campanha de Doria, mas como uma consultoria a distância. “Isso não vai atrapalhar minha candidatura”, reforça.Candidato do PSD ao Senado, o economista é um dos nomes mais cotados para preencher a vaga na chapa do governador Ronaldo Caiado (DEM). Ele, o presidente do Progressistas goiano, Alexandre Baldy, e o deputado federal Delegado Waldir (PSL) são os principais nomes especulados para compor com o democrata nas eleições de 2022. A reportagem então questionou se o fato de estar ajudando na campanha de Doria não pode lhe tirar “pontos” na disputa pela vaga na chapa caiadista. Meirelles respondeu que não está pensando na chapa agora e que sua estratégia é primeiro construir a própria candidatura.Ele ainda afirma que ajudar na campanha de Doria não o impede de ajudar outros candidatos. “O governador João Doria pediu sugestões ao plano dele. Eu já apresentei um plano ao País em 2018, quando fui candidato a presidente, e não há dúvidas que se o governador Ronaldo Caiado quiser também minha sugestão para o plano de governo dele, posso colaborar”, diz.O presidente do PSD em Goiás, Vilmar Rocha, reforça o discurso de Meirelles. “Não vejo problema algum, até porque a partir de março ele vai deixar a secretaria e ele mesmo já disse que vai concluir essa colaboração dele até lá. Então, do ponto de vista do PSD não tem problema nenhum e nós vamos, a partir de fevereiro, intensificar a pré-candidatura dele e também organizar as chapas de deputado federal e estadual”, avalia Vilmar. Vilmar também entende que essa colaboração de Meirelles com a campanha de Doria não atrapalha a sua composição política em Goiás. “Ele pode colaborar com o Doria, mas também pode colaborar com outros presidenciáveis que venham pedir a opinião dele, até porque as ideias dele são públicas. Então não vejo prejuízo”, pontua. O presidente do partido em Goiás ainda lembra que a sigla só vai definir sua posição na disputa presidencial a partir de fevereiro ou março, com o lançamento da candidatura de Rodrigo Pacheco (PSD), hoje presidente do Senado, ao Planalto. Outra goianaAna Carla Abrão, que é a outra goiana na equipe de Doria, afirma que tem o compromisso único com o presidenciável do PSDB. “Sem dúvida a minha colaboração está vinculada ao Doria. Se depois houver uma composição política que utilize essas ideias, aí é outra história”, afirma.Ela, assim como Meirelles, conta que essa colaboração não tem nenhum compromisso com a composição de governo, na possibilidade do tucano vencer a disputa presidencial. “É uma colaboração para elevar a qualidade do debate eleitoral. A gente quer garantir que o debate eleitoral seja focado nos problemas reais brasileiros”, afirma.A ex-secretária da Fazenda de Goiás detalha, ainda, que, desde que a equipe foi montada até aqui, foram definidos quatro pilares para o programa de governo e que, agora, o foco é no detalhamento deles. O primeiro é de estabilização econômica, o segundo de combate às desigualdades, o terceiro de formação de capital humano e o quarto de ambiente de negócios que, segundo ela, engloba sustentabilidade, proteção ao meio ambiente e segurança jurídica.-Imagem (Image_1.2385880)