A qualidade do serviço de distribuição de energia prestado pela Enel em Goiás e as dificuldades para a liberação de novas cargas é alvo de mais uma ação civil pública do Ministério Público de Goiás (MP-GO). Dessa vez, a promotora de Justiça Maria Cristina de Miranda solicitou a adoção de medidas operacionais que reflitam na melhoria do fornecimento. No mérito da ação proposta este mês, pediu indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 5 milhões, a ser revertida ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor. Também houve o requerimento de liberação de cargas solicitadas pelos consumidores no prazo de 60 dias.A promotora argumenta que a baixa qualidade e a falta de capacidade para atender expansão ou a instalação de novos empreendimentos têm gerado prejuízo aos consumidores e ao desenvolvimento econômico do Estado. Isso pois as novas instalações têm demorado grandes períodos, por falta de carga disponível na rede de energia elétrica. Ela cita que há casos em que a Enel Distribuição Goiás pede mais de um ano de prazo. O descumprimento frequente dos limites definidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para os índices de duração da interrupção do fornecimento de energia (DEC) e a frequência (FEC) com que ocorrem também são abordados pelo processo. Os mesmos pontos são cobrados pelo governo estadual e objeto de acordo que envolve a União e será anunciado ainda este mês (leia ao lado). Em resposta sobre a ação do MP-GO, a Enel Distribuição Goiás informou à reportagem que não foi notificada. Reforçou que “tem feito todos os esforços para recuperar o sistema elétrico do Estado de Goiás e reverter a situação crítica encontrada ao adquirir a distribuidora”.A companhia explica que atua com base em um plano de ação acompanhado pelo regulador para avançar na melhoria da qualidade do fornecimento e no aumento da capacidade instalada de energia em Goiás.Desde que assumiu o controle da distribuidora em 2017, a empresa afirma que investiu 3,5 vezes mais do que a média anual anterior à privatização.