Vereadores com as maiores equipes na Câmara de Goiânia, Pastor Wilson (PMB) e Dr. Gian (MDB) argumentam que o objetivo é melhorar o serviço prestado à população. Apesar de terem maior quantidade de servidores, os parlamentares não são os que têm as maiores despesas com pessoal.Isso ocorre porque há possibilidade de contratar mais servidores com vencimentos menores. Antes da reforma, o menor valor pago para um funcionário de gabinete era R$ 2,9 mil. Agora, o menor é R$ 1,8 mil.Wilson tem 22 comissionados lotados em seu gabinete e um efetivo sem ônus para a Câmara - a Casa é responsável por pagar apenas sua gratificação.Os vencimentos dos comissionados contratados pelo vereador variam entre R$ 1,8 mil e R$ 5,5 mil, além do chefe de gabinete, que recebe R$ 8,8 mil. Em janeiro, a despesa total com a folha foi de R$ 77,2 mil.Em nota, Wilson afirmou que, diante das mudanças realizadas pela Câmara, fez adequações nos valores das remunerações dos servidores. O vereador ressaltou que a despesa com pessoal no seu gabinete está abaixo do teto e a quantidade de servidores está dentro do permitido em lei.“Nosso gabinete tem uma das menores medias de gratificação, porém, com mais assessoria a fim de prestar um melhor serviço à população de Goiânia”, disse.O caso do gabinete de Dr. Gian é semelhante. São 22 comissionados e um efetivo, com vencimentos que variam de R$ R$ 1,8 mil a R$ 5,5 mil, mais a remuneração do chefe de gabinete, que recebe R$ 8,8 mil. Toda a folha do gabinete somou R$ 75,9 mil em janeiro.O vereador afirma que tem representantes de vários bairros de Goiânia, responsáveis por levar ao gabinete as demandas dos moradores. O parlamentar explica que entre as solicitações estão pedidos de faixas de pedestre, poda de árvore, troca de lâmpadas, academia ao ar livre, tapa buracos e revitalização de praças.“Estamos dentro do que é preconizado”, diz o vereador em referência ao teto da verba de gabinete (R$ 78 mil) e ao limite de funcionários (25).Menor equipeJá a vereadora Luciula do Recanto (PSD) tem a menor quantidade de servidores no gabinete, são 12 comissionados e um efetivo. Os salários dos comissionados da vereadora também variam entre R$ 1,8 mil e R$ 5,5 mil, além do chefe de gabinete que tem vencimentos de R$ 8,8 mil.Em janeiro, Luciula usou R$ 61,5 mil referente à verba de gabinete. “É a quantidade de pessoas que eu necessito para o trabalho que desenvolvo hoje. Não quer dizer que não vou contratar mais”, diz.Luciula faz elogios à reforma dos gabinetes e diz que a nova lei ampliou as possibilidades de trabalho em campo. “No meu ponto de vista, tem que aumentar alcance e ter trabalho efetivo”, afirma sobre os vereadores terem a oportunidade de aumentar suas equipes.Paço Em julho de 2021, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) assinou decreto que devolveu ao Paço a atribuição de pagar o salário de origem dos servidores cedidos pelo Executivo à Câmara.O POPULAR mostrou na época que a prefeitura passou a gastar mais R$ 258 mil mensais com folha de pagamento de trabalhadores que estão atuando no Legislativo.Nesta semana, a reportagem pediu ao Paço dados atualizados sobre a quantidade de servidores do Executivo cedidos à Casa e a despesa total da prefeitura com estes funcionários. No entanto, não houve resposta até o fechamento desta edição.Ao custo de R$ 425 mil ao mês, Casa nomeou 106 novos comissionadosA Câmara de Goiânia nomeou, em janeiro, servidores comissionados para 106 cargos dos 253 novos postos administrativos criados no ano passado. A informação consta nos dados da folha de pagamento de janeiro, disponível no Portal da Transparência da Casa. No mês passado, a despesa com os novos cargos foi de R$ 452 mil. Os postos de trabalho foram criados em emenda ao projeto que tratou originalmente da reforma dos gabinetes. O documento recebeu a assinatura de 12 vereadores.Foram criados um cargo de coordenador de engenharia, uma vaga de coordenador de atividades culturais e comunitárias e 11 cargos de assessor especial I. Cada uma destas vagas tem remuneração de R$ 8,4 mil. Além disso, também foram abertas 80 vagas de assessor especial II (remuneração de R$ 4,7 mil), 80 vagas de assessor especial III (remuneração de R$ 3,8 mil) e 80 vagas de assessor especial IV (remuneração de R$ 2,1 mil). Quando todas as vagas forem preenchidas, a expectativa é de que a despesa total seja de R$ 974 mil por mês. Na época da aprovação, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) divulgou que iria apurar a criação dos novos cargos comissionados. Em nota, a instituição informou que o assunto está em análise pela Procuradoria-Geral de Justiça, por intermédio da Assessoria em Matéria Constitucional, tendo sido requisitadas informações complementares, ainda não prestadas.Também por nota, a Câmara disse que o MP questionou a publicação da resolução que estabelece quadro complementar de servidores. A Casa argumentou que o quadro foi criado por meio de lei específica (10.719, de 29 de dezembro de 2021), que entrou em vigência em 1º de janeiro de 2022. Segundo a Câmara, os esclarecimentos serão encaminhados no prazo legal estabelecido no ofício, de 10 dias úteis.-Imagem (Image_1.2405541)-Imagem (Image_1.2405539)-Imagem (1.2405555)