De olho na eleição de 2022, partidos que fazem oposição ao governo de Ronaldo Caiado (DEM) buscam reafirmar este posicionamento publicamente com o objetivo de alcançar eleitores e grupos que têm o mesmo interesse político. O diálogo para formar alianças e ampliar grupos de oposição está aberto, mas ainda sem definições claras. Lideranças de partidos como PT, PSDB e PSL dão como certa a permanência na oposição a Caiado pelo menos até a próxima eleição. Já no MDB e PSD, há nomes que defendem diálogo com o democrata.Presidente do PSL em Goiás, o deputado federal Delegado Waldir defende a formação de uma frente de oposição a Caiado formada por partidos de direta. Waldir diz que tem conversado com líderes do MDB, PSDB, PP e PL. “Meu candidato ao governo hoje é o Daniel Vilela (MDB). Meu objetivo é ser candidato ao Senado. Estamos construindo alianças para disputar a eleição majoritária em um bloco muito forte de oposição em 2022”, diz Waldir. Na Assembleia Legislativa, os três deputados estaduais do PSL estão na oposição, apesar de terem iniciado o mandato na base. Waldir também faz constantes críticas ao governo e no cenário ainda pesa a proximidade de Caiado com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com quem o presidente do PSL goiano rompeu politicamente.Na semana passada, durante o programa Jackson Abrão Entrevista, do jornal O POPULAR, Daniel Vilela, que comanda o MDB em Goiás, reforçou que o partido faz parte da oposição a Caiado, mas evitou falar sobre definições para 2022. Quanto à possível aproximação dos emedebistas com o democrata, Daniel classificou esse debate como “fuxico político”. Na primeira reunião do ano da executiva do MDB, realizada na semana passada, lideranças defenderam que o partido tenha candidato próprio na eleição para governador.Aliado de Daniel e amigo de Caiado, o prefeito de Jataí, Humberto Machado (MDB), avalia que as declarações do presidente estadual do partido têm o objetivo de manter a legenda unida e acalmar a ala emedebista que defende oposição mais forte e sistemática contra o governo estadual. “Sou da corrente do diálogo. Se tiver propostas e o Caiado chamar o partido para conversar, o MDB poderia participar da chapa dele. Mas essa é minha opinião pessoal. Tenho certeza que Daniel tratará essa situação com equilíbrio.”Ex-governador de Goiás, José Eliton afirma que o PSDB “é o maior partido de oposição em Goiás” e destaca que outras siglas que fazem críticas ao governo admitem que mudanças podem acontecer. Eliton, que é cotado para presidência do PSDB em Goiás, diz que é preciso fortalecer a oposição no Estado e, se possível, “construir agendas com todos, inclusive com partidos que pensam diferente”. Prefeito de Iporá, Naçoitan Leite (PSDB) diz que continua na oposição política a Caiado “por enquanto”. Ao observar o cenário, o prefeito destaca que não vê adversário forte contra o atual governador para 2022, nem mesmo no próprio partido. Naçoitan, que já foi crítico do atual governo, disse que agora aderiu ao discurso de união, pelo menos momentânea, por causa da pandemia. O PL também defende a organização de grupo de oposição a Caiado. O presidente estadual Flávio Canedo diz que ainda não é possível bater o martelo, mas “muito provavelmente” o PL estará com o MDB em 2022 e cita conversas envolvendo também o PSL. Quanto a alianças com os tucanos, Flávio diz que “o momento do PSDB já passou”. “O PSDB quer ser o líder do grupo de oposição, mas infelizmente isso não vai acontecer. Inicialmente, o PL não caminha em um projeto liderado pelo PSDB.”ExtremosDeputado estadual pelo PT, Antônio Gomide afirma que as alianças naturais do partido em Goiás são as mesmas que ocorrem em nível nacional, com partidos como Rede, PDT e PSB. O objetivo, diz o parlamentar, é derrotar a extrema direita que apoia Bolsonaro, em projeto que deixe de lado brigas ideológicas. Em Goiás, PDT apoia o governo, segundo o presidente estadual, George Morais. Na Assembleia, o deputado do partido, Karlos Cabral, tem posição independente. Já o PSB se aproxima do governo por meio do presidente da Casa, Lissauer Vieira. No comando da sigla no Estado, o deputado federal Elias Vaz ainda não tomou decisão sobre o assunto, mas já declarou que a opinião de Lissauer será ouvida. Segundo Gomide, partidos de esquerda esperam que o PSB fique contra o alinhamento de Bolsonaro e Caiado em 2022. Já o PSD mantém posição de independência ao governo. É o que afirma o presidente da executiva estadual, Vilmar Rocha. “Se político A ou B manifesta apoio, a gente respeita, sobretudo quem tem mandato. O partido não pode ficar tutelando seus membros. É a posição da pessoa, não do partido.” O senador Vanderlan Cardoso (PSD) é aliado do governador e já disse que pretende atuar para que a sigla esteja com Caiado em 2022. Na última sexta-feira (12), o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles se filiou ao PSD de Goiás. Segundo Vilmar, Meirelles terá espaço para ser candidato a qualquer cargo que desejar. O presidente diz que o partido pretende atrair mais quadros competitivos nos próximos meses. A coluna Giro traz a informação exclusiva hoje de que Meirelles quer concorrer à vaga goiana no Senado no ano que vem (leia mais na página 2). É inevitável, porém, que seu nome seja cotado para o governo, projeto que já o movimentou no passado.-Imagem (Image_1.2198040)