Quatro dos 16 selecionados pelo programa Talentos Gyn, em julho do ano passado, foram exonerados do Escritório de Prioridades Estratégicas, da Prefeitura de Goiânia. A exoneração foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) desta quinta-feira (14).No ano passado, quando o MDB ainda estava na gestão da Prefeitura de Goiânia, o Escritório de Prioridades Estratégicas, comandado por José Frederico Lyra Netto, realizou um processo seletivo para contratar pessoas para cargos comissionados na pasta. A seleção foi feita em sete etapas, dentre elas a de avaliação curricular, provas de argumentação e raciocínio lógico e entrevistas.Em julho, quando saiu o resultado com os novos 16 servidores, o secretário já era Fábio Cammarota e o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) já havia rompido com Daniel Vilela, presidente estadual do MDB e filho de Maguito Vilela, que foi eleito prefeito, mas morreu em janeiro de 2021 por complicações da Covid-19.De lá para cá, a Prefeitura passou por mais mudanças e, em fevereiro deste ano, Arthur Bernardes deixou a Secretaria de Governo e passou para o Escritório de Prioridades Estratégicas, em um cenário de insatisfação de vereadores com a atuação do titular na Segov. É na gestão dele, então, que ocorrem essas exonerações dos selecionados no processo seletivo Talentos Gyn. Saíram Gabriella Amorim de Souza, chefe da advocacia setorial, Thiago Fagury Sá, superintendente de gestão de prioridades, Katiuscia Lorena Silva da Fé, coordenadora da Diretoria da Unidade Estratégica, da Superintendência de Gestão de Prioridades, e Erick Rodrigues de Sousa, diretor de monitoramento e avaliação de políticas públicas. Eles foram comunicados da demissão na noite de quarta-feira (13).As exonerações foram motivo de queixa do ex-secretário José Frederico Lyra Netto. “A gente construiu o Talentos Gyn em uma ideia de qualificar as posições comissionadas. A ideia era preencher parte das posições por um processo seletivo aberto para selecionar profissionais técnicos”, explica. Para ele, a demissão dessas pessoas é uma mensagem negativa. “Porque as pessoas foram selecionadas, estão lá há menos de um ano e estão sendo exoneradas sem motivos consistentes”, avalia.O processo seletivo, na época, envolveu parceria com o Vamos – Transformar Lideranças no Setor Público e no Terceiro Setor, um grupo de atuação que reúne a Fundação Lemann, Instituto Humanize e Republica.org. Segundo Lyra Netto, não houve geração de despesa para a administração. Além das exonerações, a Prefeitura mudou o cargo de Francisco Olavo Gomes Silva, que também foi selecionado pelo Talentos Gyn. Ele deixa de ser coordenador de Unidade de Parcerias Público-Privadas e passa a ser diretor de Incubação de Iniciativas Prioritárias, no lugar de Flávio Yuaça, outro que foi exonerado, mas que não fez parte do processo seletivo. ExplicaçãoEm nota, a Prefeitura reforça que, por se tratarem de cargos comissionados, as substituições são de livre nomeação e exoneração por parte do Poder Executivo. “A substituição de servidores comissionados é expediente que se adota tendo em vista adequar a administração às complexas e diversificadas demandas relacionadas à prestação de serviços para população”, diz o texto enviado ao POPULAR.A gestão também afirma que os servidores que vão ocupar os cargos citados “são profissionais altamente qualificados e que desfrutam de reconhecimento nas áreas em que atuam”. A administração cita como exemplo a designação de servidores efetivos da Prefeitura para substituir os exonerados, como Camila Matsuura, que deixa a assessoria jurídica da Procuradoria Geral do Município para assumir um dos cargos do escritório.“A Prefeitura de Goiânia insiste que a substituição pontual de servidores comissionados tem o único condão de aprimorar o serviço que é prestado para população. O objetivo é sempre o de adequar a gestão aos projetos e políticas públicas que precisam ser executados com eficiência, primor e dedicação”, diz a nota.acomodações políticasNos bastidores, há a desconfiança de que essas trocas sirvam para futuras acomodações políticas. O POPULAR também ouviu de fontes que a justificativa dada para essas demissões foi de falta de capacidade e que, apesar de bons currículos, o serviço prestado não estaria satisfazendo a administração. O Diário Oficial do Município também traz a transferência de duas vagas do cargo de Assessoria Técnica do Escritório de Prioridades para o gabinete do prefeito e o remanejamento de duas vagas do cargo de Coordenadorias da Unidade para a Secretaria Municipal de Governo.