O pastor Gilmar Santos - líder da Assembleia de Deus Ministério Cristo para Todos, com sede em Goiânia, e envolvido na polêmica do suposto gabinete paralelo do Ministério da Educação (MEC) – publicou comunicado na noite desta quarta-feira (23) negando participação em grupo que teria influência nas decisões da pasta. O religioso chamou as informações sobre o tema publicadas em reportagens de “acusações levianas”. No texto, o pastor ressalta que é ministro há 37 anos e afirma que neste período buscou “construir uma reputação ilibada”. “Nego, peremptoriamente, a falácia de que pedi, recebi, mandei pedir, ou, de alguma forma, contribuí, para o recebimento de propina, ou qualquer outro ato de corrupção junto ao Ministério da Educação, bem como ao atual ministro titular da referida pasta. Também ab-rogo a falácia de que faço parte de um gabinete paralelo de pastores com quaisquer das finalidades elencadas anteriormente”, afirmou.Leia também: Prefeito de Bonfinópolis diz que pastor pediu R$ 15 mil por ajuda no MECBolsonaro só pediu que indicados de pastores fossem recebidos, diz Milton RibeiroNa nota, Gilmar diz também que nunca deu poder de representação a outras pessoas para este tipo de atitude em relação a “autoridades executivas deste país”. “Forte nestas razões, e nas minhas convicções, afirmo categoricamente à sociedade brasileira que nunca houve de minha parte interferência nas relações institucionais do MEC, para com os entes municipais, seja diretamente, com seus representantes legais, ou indiretamente, por delegatórios de qualquer ordem”, escreveu.De acordo com Gilmar, todas as suas viagens pelo país foram realizadas em empresas aéreas que comercializam voos no Brasil. O pastor disse que nunca viajou em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB). “Também gostaria de externar que nenhum pedido fora feito ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República, bem como a nenhuma autoridade de outra pasta do atual governo, e, nesse diapasão, afirmo que, também, não quedei-me do meu ofício ministerial profético de orar pelas autoridades deste país quando tive oportunidade”, afirmou. ContextoA existência de um grupo de pessoas sem ligação com a administração pública e o setor de ensino que facilita acesso de outras pessoas ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi divulgada em reportagem do jornal Estado de S.Paulo na sexta-feira (18). Segundo a publicação, os membros do gabinete paralelo discutem prioridades da pasta e o uso de recursos destinados à educação. A reportagem também citou viagens em aviões da FAB. O grupo seria liderado por Gilmar e Arilton Moura, que também é pastor.Gilmar é presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil (Conimadb). Arilton é assessor da instituição.ÁudioNesta segunda-feira (21), o jornal Folha de S.Paulo divulgou áudio atribuído a Ribeiro em que o ministro afirma que uma das prioridades da pasta é atender pedidos de Gilmar e que houve orientação do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), neste sentido. “Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, disse o ministro. E completou: “Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar”, afirmou Riberio. Segundo a Folha, o áudio foi gravado em uma reunião dentro do MEC.Veja a postagem com a nota completa: Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Pastor Gilmar Santos (@pastorgilmarsantos)-Imagem (1.2424894)