Depois de ter sido preso em uma operação da Polícia Federal, na quarta-feira (22), e solto no dia seguinte, o pastor de Goiânia, Gilmar Santos, publicou uma mensagem em suas redes sociais afirmando que sua prisão foi ilegal. Ele e o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro são investigados por tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Ministério da Educação.Leia também:- Pastor de Goiânia e ex-ministro da Educação são presos em operação da PF- Justiça manda soltar pastor de Goiânia e ex-ministro da Educação presos pela PF- Pastor de Goiânia preso pela PF recebeu título de personalidade evangélica, em Aparecida- Genro de pastor recebeu propina de R$ 30 mil, diz MPFIntitulada ‘Carta ao povo de Deus’, a postagem começa com a informação de que o pastor já está em casa. Em seguida, Gilmar Santos diz que o país está tomado pelo ódio e fome ao poder “com interesses políticos manipulando a verdade e a transparência dos fatos”. E segue: “Como sabemos, existe uma luta incansável para enfraquecer o governo eleito".De acordo com o pastor, não há julgamento ou veredito sob seu nome, o que, segundo ele, mostra a ilegalidade de sua prisão. Nas palavras do investigado, o fato foi “reconhecidamente inconstitucional”."Meu compromisso segue o mesmo desde o momento em que Deus me chamou para ser parte de Sua grande obra, levar a palavra da verdade aos quatro cantos da terra". Por fim , o pastor afirma que “são tempos de guerra” e ele não para de lutar, orando pelas famílias brasileiras e por toda a igreja evangélica até sua morte, termo para o qual usou o eufemismo: “Até o Senhor nos chamar para estar com ele no dia da grande alegria. Operação Acesso PagoA Operação Acesso Pago deflagrada pela Polícia Federal e que resultou na prisão de cinco pessoas na última quarta-feira (22) investiga pagamentos de propina e tráfico de influência dentro do MEC. Além do pastor Gilmar Santos, foram presos o ex-ministro Milton Ribeiro; o ex-gerente de projetos da Secretaria Executiva do MEC, Luciano Musse; o ex-servidor municipal de Goiânia, Helder Bartolomeu, e o pastor Arilton Moura. Os mandados foram cumpridos em Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal.A Polícia Federal destacou que, com base em documentos, depoimentos e Relatório Final da Investigação Preliminar Sumária da Controladoria-Geral da União, reunidos em inquérito policial, foram identificados possíveis indícios de prática criminosa para a liberação das verbas públicas. Além das prisões, outras medidas cautelares foram efetuadas, como proibição de contatos entre os investigados e envolvidos, informou a PF.LobbyAs indicações do genro e do filho do pastor Arilton Moura para dois cargos na Prefeitura de Goiânia em maio do ano passado teriam partido do religioso e do pastor Gilmar Santos, envolvidos no esquema chamado de “Bolsolão do MEC”.Helder Diego da Silva Bartolomeu, casado com a filha de Arilton, e Victor Iuri Amorim Correia, filho do pastor, foram nomeados para um cargo comissionado de assessor técnico no departamento pessoal da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh) de Goiânia no dia 25 de maio de 2021. Ambos foram exonerados no dia 11 de maio deste ano e receberam neste período R$ 2,1 mil cada um. O pagamento foi feito em julho, segundo o Portal de Transparência da Prefeitura.