Com a filiação de Jair Bolsonaro ao PL, a executiva da sigla em Goiás articula aproximação com parlamentares que apoiam a reeleição do presidente da República. O projeto também passa pela busca por fortalecimento de bloco de oposição ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e de crescimento do PL no Estado, com foco em 2022.Na Assembleia Legislativa de Goiás, Humberto Teófilo (PSL), Paulo Trabalho (PSL) e Eduardo Prado (DC) estão inclinados à filiação ao PL. Cláudio Meirelles (PTC) e Sérgio Bravo (PROS) também já receberam convite para integrar a legenda, mas dizem que ainda é cedo para tomar decisão.Para os deputados do PSL, a migração pode ocorrer antes da janela partidária de 2022. Como a legenda está em processo de fusão com o DEM para a criação do União Brasil, parlamentares com mandato podem escolher se filiar a outras legendas quando a mudança for concretizada.Entre os representantes de Goiás na Câmara dos Deputados, Vitor Hugo (PSL) diz que a possibilidade de migrar para o PL é grande, mas a decisão passa por articulações relacionadas a qual cargo o parlamentar vai concorrer em 2022. O deputado é pré-candidato à reeleição, mas deixa aberta a possibilidade de disputar o Senado ou o governo de Goiás. Entretanto, o presidente do PL em Goiás, Flávio Canedo, e a deputada federal Magda Mofatto (PL) são entusiastas da filiação do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), à sigla e de sua candidatura ao Palácio das Esmeraldas, mas não fecham as portas para outros nomes que se colocam como pré-candidatos. Em entrevista ao POPULAR publicada há cerca dedez dias, Gustavo disse que deve definir seu futuro partidário apenas em fevereiro de 2022 e ressaltou que seu objetivo era ficar de fora da polarização nacional entre Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). MudançaDe acordo com Humberto Teófilo, existe a possibilidade de passar algum tempo sem partido após a fusão PSL-DEM, mas, em geral, não vê motivos para esperar. “A filiação do presidente da República foi fator decisivo para mim. Eu tinha conversa anterior com outros partidos. Mas este fator foi decisivo para o meu encaminhamento”, diz. Quanto à disputa majoritária, Teófilo diz que atualmente Gustavo tem mais força para ser candidato ao governo, mas avalia que o cenário também pode mudar favoravelmente para Vitor Hugo.Eduardo Prado conta que foi convidado a se filiar ao PL, PSC e PP, mas está mais propenso a escolher o PL. Segundo o deputado, o convite para fazer parte da legenda de Bolsonaro partiu de Vitor Hugo. Prado afirma que seu principal projeto é a reeleição, mas também se colocou à disposição para disputar cadeira no Senado. “Tenho trabalho conjunto com major Vitor Hugo em vários municípios. Estou estudando certinho. Vou conversar com o major pessoalmente para saber quais são as tendências. É um projeto interessante”, diz. De acordo com Prado, sua última conversa com Canedo e Magda foi durante a eleição de 2020. O deputado acredita que a atual cúpula do PL goiano acabará entrando em consenso com o grupo de apoiadores de Bolsonaro que escolher a sigla para disputar o pleito de 2022.CenárioJá Paulo Trabalho tem conversa com DC, que, segundo o deputado, abriu espaço para sua candidatura ao Senado. Mas o parlamentar não descarta a possibilidade de se filiar à mesma sigla de Bolsonaro. “Estarei no partido que me der garantia de maior espaço na disputa de 2022, sempre apoiando a reeleição do presidente da República.”Paulo lembra que Magda apresentou, em fevereiro, parecer pela manutenção da prisão de Daniel Silveira (PSL-RJ), deputado bolsonarista que fez apologia ao Ato Institucional 5 (instrumento de repressão usado durante a ditadura militar) e divulgou vídeo defendendo a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na visão de Paulo, o atual comando do PL não está alinhado ideologicamente com Bolsonaro e seu grupo de apoiadores.Indecisos O deputado estadual Cláudio Meirelles conta que recebeu convite de Canedo para se filiar ao PL, mas esperará a decisão partidária de Gustavo. Sérgio Bravo diz que também foi convidado pela direção do PL, mas deve tomar decisão apenas na janela partidária. Bravo afirma que a possível filiação ao PL não tem relação com Bolsonaro, mas com a parceria política com Magda e Canedo. Presidente do PSL em Goiás, o deputado federal Delegado Waldir conta que recebeu convite para se filiar ao PL, mas aguardará definição do cenário político antes de tomar decisão. Waldir diz que Caiado tem sido atencioso com sua pretensão de disputar o Senado e pediu para que o parlamentar construa o projeto no grupo do governo. Caiado deve ser o presidente do União Brasil no Estado.-Imagem (Image_1.2366347)-Imagem (Image_1.2366348)