Em reunião com representantes do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Goiânia (SindiGoiânia) e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) nesta quinta-feira (3), o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) apresentou proposta de reposição salarial com índice de 9,32%, referente aos anos de 2020 e 2021.De acordo com a prefeitura, o pagamento será feito sem parcelamento e o porcentual deve ser aplicado após aprovação de projeto de lei na Câmara de Goiânia. Se existir consenso em relação ao índice, a matéria deve ser encaminhada ao Legislativo, segundo a prefeitura, até o início da semana que vem. O objetivo é tentar inserir o valor atualizado na folha de março (paga no dia 31 deste mês).A prefeitura divulgou que o anúncio da data-base foi celebrado pelo SindiGoiânia. A reportagem não conseguiu contato com o presidente da entidade, Ronaldo Gonzaga. Já a presidente do Sintego, Bia de Lima, disse que levará a proposta para assembleia com os servidores da educação. O encontro ocorrerá nesta sexta-feira (4), às 9h, em frente à Câmara Municipal de Goiânia.Na reunião, Cruz e o Sintego também discutiram sobre o piso dos professores. O prefeito apresentou proposta de 7,5% (leia ao lado).Dados da prefeitura mostram que com o pagamento do piso dos professores no índice anunciado, a data-base de 9,32% para os demais servidores, o concurso para preencher 1.376 vagas anunciado recentemente e o crescimento vegetativo da folha (estimado em 3,5%), o gasto com pessoal no município deve ser de R$ 2,9 bilhões em 2022.HistóricoEmbora tenha prometido a data-base no ano passado, o prefeito acabou descartando o envio do projeto à Câmara de Goiânia em 2021 por conta de parecer da Procuradoria Geral do Município (PGM) que apontava impossibilidade legal. Desde então, categorias de servidores têm feito manifestações e ameaças de paralisações.No ano passado, a prefeitura alegou, por meio da PGM, que Lei Complementar 173/2020 impedia o pagamento da data-base. A norma entrou em vigor no dia 28 de maio de 2020 e proibiu que União, Estados e municípios - em situação de calamidade provocada pela pandemia – pagassem qualquer vantagem, reajuste ou adequação de remuneração a servidores. Há diferentes entendimentos sobre a data-base se enquadrar ou não nas proibições.A reposição salarial de 2022 será negociada em maio. A Lei Orçamentária Anual (LOA) do município prevê aplicação de 3,8% este ano. Os sindicatos também pressionam a prefeitura pela reformulação de planos de carreira.EstadoA data-base também é tema em discussão no governo estadual. Representantes do Fórum em Defesa dos Servidores e Serviços Públicos do Estado de Goiás devem se reunir com o secretário-geral da Governadoria, Adriano da Rocha Lima, nesta sexta para mais uma rodada de negociação. Os sindicatos pedem data-base de 25% referentes aos três anos da gestão de Ronaldo Caiado (União Brasil). No entanto, o estado apresentou proposta de 5,5% na semana passada.Prefeito propõe reajuste de 7,5% para piso salarial dos professoresO prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), propôs, nesta quinta-feira (3), o pagamento do piso salarial dos professores com reajuste de 7,5%. O porcentual valerá para toda a categoria, incluindo quem já recebe acima deR$ 3.845,63, o menor salário previsto para profissionais com jornada de 40 horas semanais. A proposta foi apresentada durante reunião com representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego).O índice deve ser o suficiente para adequar o salário dos professores de toda a rede municipal ao piso, que foi estabelecido no início de fevereiro através de portaria assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar de o reajuste nacional ter sido de 33%, auxiliares de Rogério Cruz afirmam que os 7,5% propostos serão suficientes para que os mais de 8 mil professores da rede municipal recebam pelo menos o valor do piso.Atualmente, cerca de 2,8 mil têm jornada de 30 horas semanais e recebem abaixo do valor mínimo estabelecido para quem cumpre 40 horas. O novo índice deve fazer com que estes profissionais também passem a ter salário na faixa dos R$ 3,8 mil. Segundo dados da Prefeitura de Goiânia, as médias atuais de vencimento e remuneração, que inclui benefícios como titularidades, são de R$ 3.143,17 eR$ 6.083,11, respectivamente.A presidente do Sintego, Bia de Lima, disse que a proposta será levada aos servidores em Assembleia nesta sexta (4). O sindicato exige o pagamento de 33% linear a todos os professores. Na reunião, Cruz argumentou que não é possível conceder este porcentual porque a prefeitura ultrapassaria o limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para gasto com a folha. Diante da reclamação, o prefeito disse que solicitará à Secretaria de Finanças levantamento para verificar a possibilidade de elevar o porcentual para 9,32% (o mesmo da data-base das demais categorias).