Os dados a serem apresentados pelo prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), durante a prestação de contas à Câmara de Goiânia, nesta segunda-feira (12), devem mostrar parte do resultado do esforço do Paço Municipal para terminar o ano com o maior superávit possível. A informação é do secretário municipal de Finanças, Vinícius Henrique Alves.O auxiliar explica que o Paço adotou a estratégia de economia a partir do momento em que foi definido que seria feita a revisão do Código Tributário Municipal (CTM). O texto chegou à Câmara na terça-feira (6) e precisa ser aprovado ainda neste ano para que as alterações nas regras tenham validade em 2023.Cruz apresentará o relatório de gestão fiscal do município referente ao segundo quadrimestre de 2022 durante reunião da Comissão Mista que está marcada para começar às 8h. Estes encontros acontecem tradicionalmente no plenário da Casa.Conforme já mostrado em reportagem do POPULAR, a projeção das mudanças do CTM levou à reorganização do planejamento fiscal do próximo ano. Isso ocorreu porque a cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) começará em maio de 2023. Já o Imposto Territorial Urbano (ITU) será cobrado a partir de abril.Estes impostos - que estão entre as principais fontes de arrecadação da Prefeitura – tradicionalmente começam a ser arrecadados logo no início do ano. Para conseguir manter as contas em dia no início de 2023, é necessário, segundo a Secretaria de Finanças (Sefin), fazer superávit de R$ 500 milhões neste ano.Segundo Vinícius, não existe uma pasta ou projeto específico que foi atingido com cortes ou deixou de ser executado para garantir a economia. O auxiliar afirma que o Paço fez planejamento para que as pastas sigam aquilo que está previsto no orçamento, evitando despesas além do programado.“Essa priorização de gasto acontece diariamente. Todo secretário acha que a despesa da sua pasta é essencial. Todos os dias recebemos pedidos de suplementação. Mas não existe uma despesa específica ou algo que deixou de ser construído. É mais despesa de custeio”, explica Vinícius.De acordo com o secretário, a ação foi planejada e, por isso, não existe temor de que falte recurso no cofre municipal mesmo com a arrecadação tardia dos principais impostos em 2023.Legislativo O CTM tramita na Casa ao mesmo tempo que 10 leis complementares ao Plano Diretor e que a Lei Orçamentária Anual (LOA), matérias consideradas importantes e urgentes. Ao mesmo tempo, voltou à pauta a criação de quatro novas cadeiras na Câmara. Sem discussão, o texto foi votado em plenário na terça-feira (6). A matéria precisa aguardar dez dias corridos para ir ao plenário mais uma vez.A tramitação desta matéria é cercada de polêmica porque foi apresentada em 2021 com 13 assinaturas, sendo que cinco não têm identificação. Nem mesmo a Câmara conseguiu apontar quem são os donos das rubricas misteriosas.Como se trata de uma Emenda à Lei Orgânica do Município, uma proposta como esta, se apresentada por vereadores, precisa de, no mínimo, 12 assinaturas. Sem transparência quanto aos parlamentares que respaldaram a apresentação da matéria, o texto pode ser considerado inconstitucional.Questionado sobre o tema, Cruz não se opôs à proposta. “Câmara é um poder independente, a gente só tem que concordar”, disse o prefeito em entrevista à rádio CBN Goiânia, na quinta-feira (8), durante inauguração da primeira usina produtora de oxigênio medicinal, no Hospital e Maternidade Célia Câmara, no Conjunto Vera Cruz.Leia também:- Câmara dos Deputados faz acordo para votar em 2023 projeto que amplia teto do Simples- Treze câmaras de vereadores em Goiás querem criar mais vagas