Projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) propõe o pagamento de uma bolsa no Estado, no valor de R$ 2 mil em parcela única, para aquisição de arma de fogo às mulheres que sofreram violência caracterizada como feminicídio, desde o indiciamento do autor, e mediante requerimento da vítima.Em ipsis litteris, o texto requer o pagamento para vítimas de feminicídio, que é o assassinato de mulheres em contexto de violência doméstica ou em aversão ao gênero da vítima, e que somente ela, a vítima, pode solicitar o benefício, ou seja, depois de morta.No andamento do processo dentro da Assembleia, o projeto de lei proposto pelo deputado Major Araújo (PSL) chegou a ser aprovado preliminarmente pela Diretoria Parlamentar no dia 15 de abril deste ano e agora será remetido para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que fará a votação na próxima terça-feira (5).Ao POPULAR, Major Araújo afirmou que ocorreu uma incorreção na redação pela sua equipe com o termo feminicídio, mas defendeu a proposta após a alteração. Na prática, o projeto quer conceder a bolsa para mulheres que sofreram tentativa de homicídio ou ameaças. “Assim que o projeto chegar à CCJ eu mesmo vou pedir vista para fazer a correção. Mas continuaremos dando andamento ao processo, que é de extrema importância para Goiás”.Como justificativa, o parlamentar defendeu que a quantidade de crimes contra a mulher, mesmo com medidas de segurança asseguradas e com o registro na polícia, continua elevado e que esses mecanismos não têm se mostrado eficazes.“Nesse sentido, a proposta proporciona à mulher que está em iminente risco de sofrer feminicídio um meio para que ela própria possa se defender diante da falha de todos os instrumentos legais. Além da desvantagem física, muitas vezes o agressor chega armado e a mulher não tem condição alguma de se defender”, disse.Caso seja aprovado, mulheres com mais de 21 anos, que morem em Goiás há pelo menos três anos, não possuam antecedentes criminais ou outro registro de arma de fogo e comprovem higidez psiquiátrica e psicológica podem passar por um curso gratuito administrado pelo Estado para ter acesso ao armamento.