Com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) fora da chapa presidencial da senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o diálogo do tucano com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lideranças do PT e PSDB goianos consideram que o cenário está mais favorável para a articulação de aliança dos dois partidos no Estado.No entanto, aliados do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) ainda apontam resistências no partido e do próprio eleitorado como obstáculos a uma candidatura ao governo. Marconi participou de reunião com Jereissati e o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, nesta terça-feira (26), para discutir os cenários nacional e goiano.O ex-governador foi lançado pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas pelo partido no dia 16 e, desde então, tenta viabilizar aliança, com prioridade para o PT. Nos últimos dias, diante das dificuldades no acerto da chapa e dos riscos de uma candidatura majoritária, ele admitiu a interlocutores a possibilidade de sair a deputado federal.Os tucanos afirmam que Marconi seguirá em conversas até a convenção partidária, no dia 5 de agosto, e só deve bater o martelo na reta final.Por parte do PT goiano, que já tem como pré-candidato ao governo o ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-GO) Wolmir Amado, há o interesse em ampliar o palanque de Lula no Estado, a pedido do próprio ex-presidente.O PT nacional quer o apoio de uma ala do PSDB no primeiro turno, ainda que o partido fique oficialmente com Tebet. Além disso, Lula defende um palanque com o PSDB no Centro-Oeste por conta da maior aceitação ao presidente Jair Bolsonaro (PL) na região.O PSDB goiano considera que as conversas estão avançadas com o PT e a decisão depende mais do próprio Marconi.Marconi vinha afirmando que, caso Jereissati fosse confirmado vice de Tebet, não haveria espaço para uma aliança com o PT em Goiás. No entanto, o senador avisou aos correligionários que não comporá a chapa. A dificuldade de acerto entre MDB e PSDB nos estados teria contribuído para a decisão.Há ainda expectativa de que Jereissati se reúna com Lula esta semana para discutir o cenário no Ceará, após o rompimento entre PT e PDT, além da situação nacional.A alternativa de Marconi disputar mandato de deputado federal leva em conta, além das resistências locais à aliança com o PT, a dificuldade de ampliar o palanque com outras siglas, o interesse do diretório nacional de eleger deputados federais - que definem a distribuição de fundo partidário e tempo de televisão - e a análise de que o cenário em Goiás é favorável à reeleição do governador Ronaldo Caiado (UB).OpçõesApesar do foco na aliança com o PT, Marconi também mantém conversas com outras lideranças e partidos, inclusive insatisfeitos da base do governo. Nos últimos dias, as conversas haviam se intensificado com PSD e PSC, no entanto, este último confirmou apoio à reeleição de Caiado, com a desistência do senador Luiz do Carmo de disputar a reeleição.O PSD, que tem o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira, como postulante ao Senado e não consegue espaço para candidatura única na base, segue em conversas com todos os grupos de oposição, mas a aliança com Marconi é considerada improvável justamente pela proximidade com o PT. Lissauer declarou apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro.Leia também:- Caiu o antipetismo entre quem votou em Bolsonaro em 2018, diz pesquisador- Após insatisfação do PSD, Caiado fala em ‘personalismo e vaidade’- Conversa com cúpula nacional do PSDB pode ser decisiva para Marconi