A cúpula do PSDB goiano seguirá dividida para as prévias que definirão o candidato do partido à Presidência da República, marcadas para o próximo domingo (21). Nesta quarta-feira (17), o ex-governador Marconi Perillo, que está no comando interino do diretório estadual, anunciou apoio ao governador de São Paulo, João Doria, enquanto o presidente licenciado e também ex-governador José Eliton, já havia declarado voto ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Eliton divulgou em outubro carta assinada com outros cinco ex-dirigentes do partido em Goiás. O POPULAR não conseguiu contato com ele nesta quarta-feira para comentar a decisão de Marconi, que afirmou ter seus motivos, inclusive pessoais, para apoiar o governador paulista, mas que respeita o posicionamento dos correligionários.“Citarei apenas um (motivo): ele apoiou-me de imediato (Doria era prefeito de São Paulo) quando fui candidato à presidência nacional do PSDB, em 2017”, afirmou Marconi, em nota, depois de fazer elogios à trajetória de Doria na política e como gestor.“João Doria é um líder madrugador, organizado, bom formador de equipes, muito trabalhador e democrata por convicção”, diz Marconi, que mais à frente completa: “É claro que Doria também cometeu erros, como todo ser humano, mas ele tem a virtude, a humildade de reconhecer eventuais equívocos e buscar corrigi-los”.Além de Doria e Leite, o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio também está na disputa. Assinaram a carta de outubro o ex-deputado federal Giuseppe Vecci, o ex-secretário de Segurança Pública Jonathas Silva, ambos ex-presidentes do diretório, Júlio César Costa e Eurípedes Jeronimo, ex-presidentes do diretório metropolitano de Goiânia, e Rodrigo Rizzo, presidente do PSDB Jovem de Goiás. Eles afirmaram que Leite é representante “do equilíbrio, da reconciliação nacional, da harmonia, da política que integre a inclusão social e o desenvolvimento econômico”. O texto dizia ainda que o governador gaúcho se apresenta como “um jovem sopro de esperança de uma política que resgate os ideais da social-democracia”.Na visita de Doria a Goiás em julho para pedir votos, o governador paulista foi cobrado por tucanos do Estado sobre o posicionamento governista local de seus dois secretários goianos - Henrique Meirelles (secretário da Fazenda) e Alexandre Baldy (que deixou a Secretaria de Transportes Metropolitanos em outubro) -, enquanto o PSDB é oposição ao governo. CadastrosApenas 1% dos filiados em Goiás votará nas prévias do PSDB. Foram 742 cadastrados, enquanto o partido tem 71,3 mil membros no Estado, segundo o Tribunal Superior Eleitoral.Em todo o País, os votantes somam 44,7 mil, que representam 3,3% dos integrantes da legenda. Desses, 58% são de São Paulo. A participação de Goiás será de apenas 2% dos votos. O partido tem no Estado 216 lideranças com mandato, incluindo prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e deputados. O cadastramento, por meio de aplicativo, terminou no dia 15 de novembro. Paulo de Jesus, que atua como secretário-geral do PSDB goiano, afirma que é normal a baixa participação e também aponta dificuldades de acesso e registro no aplicativo. “É uma pequena parcela que participa ativamente da vida partidária.”