O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) anunciou nesta quinta-feira (17) o pagamento do novo piso salarial para os professores da rede estadual de Educação. O anúncio foi feito em vídeo gravado ao lado da secretária de Estado da Educação, Fátima Gavioli.Com a medida, 26.305 servidores, entre ativos e inativos, passam a receber a remuneração com reajuste de 33,24%. O Estado também irá conceder reajuste de 5,3% até 7,4% para os profissionais que já recebem acima do piso nacional.O total do impacto mensal na folha de pagamento da Seduc, conforme cálculos da pasta, será de R$ 41,240 milhões, dos quais R$ 25,738 milhões para ativos e R$ 15,502 milhões para inativos.O governador comentou que o novo piso dos professores tem sido discutido desde início do mês e é tema que deve ser tratado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido a questionamentos que vêm sendo feitos.“É muito importante que se discuta profundamente até porque nós sabemos que muitas prefeituras não têm condições de arcar com o aumento que foi proposto de 33%”, disse Caiado, ressaltando ainda que os municípios têm enfrentado enormes dificuldades com a pandemia.Caiado voltou a mencionar “pesada herança de dívida, corrupção”, antes de afirmar que “hoje Goiás tem condições de arcar com o atual piso nacional na rede estadual” e anunciar também o reajuste de 5,3% a até 7,4% a professores que já ganham acima do piso. Ele explicou que para conceder ambos, ajustes tiveram de ser definidos na Secretaria da Educação.Citando que Goiás ocupa o 1º lugar no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), o governador destacou a educação como único setor “capaz de transformar a vida de crianças e jovens”.O novo piso salarial dos professores da educação básica de todo o país das redes públicas estaduais e municipais foi instituído em portaria assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro, no último dia 4 de fevereiro.Bolsonaro optou por cumprir a Lei do Magistério e conceder reajuste de 33,24% nos vencimentos desses profissionais. Com a nova portaria, o piso salarial da categoria passou de R$ 2.886,24 para R$ 3.845,63.Pela Lei do Magistério, o reajuste de professores é atrelado ao chamado valor por aluno do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), definido pelo Ministério da Educação. Pela variação da inflação nos últimos dois anos, o reajuste do valor por aluno deve ser de 33% em 2022.Reação dos municípiosA medida provocou reação de entidades que representam os municípios.A Federação Goiana dos Municípios (FGM) calculou, em conjunto com outras entidades como a Associação Goiana dos Municípios (AGM), um impacto superior a R$ 650 milhões por ano para os municípios goianos. A FGM e a AGM orientam prefeitos a concederem aumento limitado apenas à reposição inflacionária, que ficou em 10,16% em 2021 — valor do INPC.Levantamento realizado pela FGM apontou queda média de 11% nos repasses do Fundeb aos municípios em janeiro deste ano, na comparação com a média do último trimestre de 2021. Em ao menos 10 deles, a queda ficou em torno 20%, conforme mostrou reportagem do POPULAR (10/2).Na ocasião, o presidente da FGM, Haroldo Naves, disse que a implementação do reajuste por parte dos prefeitos pode ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. “Existe um limite de gastos com pessoal, estabelecido pela Lei Complementar 101/2000”, afirmou.