A reforma do secretariado do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) alcança pastas que comandam 30% do orçamento da Prefeitura de Goiânia. Os novos auxiliares em seis órgãos vão movimentar cerca de R$ 2,02 bilhões de R$ 6,9 bilhões previstos para a gestão da capital este ano, considerando a Lei Orçamentária Anual (LOA) e a estimativa de receita da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), que é independente. Com foco em atender demandas do partido do prefeito, as mudanças começaram dois meses depois que Rogério assumiu definitivamente o comando do Paço, com a morte do prefeito Maguito Vilela (MDB) em decorrência do coronavírus. Representante do diretório nacional do Republicanos, o presidente do partido no Distrito Federal, Wanderley Tavares, é o principal articulador das mudanças.Embora venha ocorrendo a conta-gotas, desde o dia 16, a reforma alcançará seis pastas, afirmou o prefeito em entrevista coletiva nesta quinta-feira (25): além de Governo, Comunicação, Administração e Educação, já anunciados, Cultura e Comurg. Ele fez questão de dizer que o alcance será aquele já acertado com o presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, filho de Maguito e responsável pela formatação inicial da equipe. A reforma gerou insatisfações de emedebistas e defesa de rompimento com o prefeito. O maior orçamento entre as pastas que tiveram trocas é da Secretaria de Educação, de R$ 1,21 bilhão. O vereador Wellington Bessa (DC) foi confirmado ontem para o comando, no lugar de Marcelo Ferreira da Costa, que ocupava a função desde a gestão do ex-prefeito Iris Rezende (MDB). A indicação é de uma parte dos vereadores que compunham o grupo derrotado na disputa pela mesa diretora da Câmara no início de janeiro. O suplente Raphael Calixto (DC) ganha vaga no Legislativo. A vereadora de Aparecida de Goiânia Valéria Pettersen (MDB), indicada pelo deputado federal João Campos, presidente estadual do Republicanos, disse que tinha sido convidada para a Educação na semana passada, mas as informações de bastidores são de que houve queixas de católicos ligados ao agora ex-secretário.A Comurg tem orçamento de R$ 492 milhões, segundo a atual direção. O prefeito já solicitou reunião do conselho de acionistas para promover a destituição da atual diretoria e a eleição de novos integrantes. O atual presidente, Aristóteles de Paula, também era da gestão de Iris.Nos bastidores, a informação é que os correligionários do prefeito estavam de olho na Secretaria de Infraestrutura Urbana, que movimentará R$ 1,18 bilhão este ano. Com as dificuldades políticas de troca - hoje é ocupada pelo ex-deputado federal Luiz Bittencourt, da cota deputado estadual Henrique Arantes (MDB), e tem como uma das missões dar continuidade às obras do ex-prefeito -, eles se voltaram à Comurg.Havia especulações de que o filho do vereador Clécio Alves (MDB), Luan Deodato Alves, atual secretário-executivo da Infraestrutura, seria nomeado na companhia, mas a Lei das Estatais impede parentes de políticos em cargos de direção. A Prefeitura estaria estudando brechas, mas ele também não atende às exigências de anos de experiência profissional que constam na lei. A reunião para definir a nova equipe está marcada para o dia 1º de abril.Responsável pela gestão de pessoas, suprimento e logística e licitações da Prefeitura, a Secretaria de Administração tem orçamento de R$ 203 milhões. A secretária Marcela Araújo Teixeira contou que foi avisada da substituição pelo prefeito na quarta-feira. “É uma secretaria muito cobiçada porque é muito grande e interfere em todas as pastas, cuida de muitos contratos. Ela exige um comando técnico, mas é bem ampla a sua atuação”, diz a secretária.Fabiano Bissoto, assessor do deputado estadual Jeferson Rodrigues, presidente municipal do Republicanos, foi confirmado na noite desta quinta-feira para a pasta.As secretarias de Governo e de Comunicação têm orçamento de R$ 32 milhões e R$ 20,7 milhões, respectivamente. Na Segov, Arthur Bernardes de Miranda, do PSD do Distrito Federal, substituiu Andrey Azeredo (MDB), e, na Secom, Marcos Teixeira ocupou o lugar de Bruno Rocha Lima.A Secretaria de Cultura movimentará R$ 53 milhões este ano. O atual titular, Kleber Adorno, também é do quadro de auxiliares de Iris. O chefe de Gabinete do prefeito, Gustavo França Reges, é o mais cotado para o cargo.“Estamos estudando os nomes. Há mais de um nome para todas as secretarias. Temos de analisar. Não deixa de ser um projeto político, então é preciso ser bem avaliado”, afirmou ontem o prefeito, antes de bater o martelo sobre o novo titular da Administração.