O relatório parcial do inquérito das milícias digitais enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) mostra como, ao enquadrar Jair Bolsonaro numa apuração de organização criminosa, a Polícia Federal criou uma investigação que poderá ser o principal anteparo contra possíveis investidas antidemocráticas dos apoiadores do presidente no ano eleitoral.Como recebeu informações de outros casos, a apuração pode tanto punir ações já praticadas, os ataques às urnas, por exemplo, como àquelas que poderão ocorrer ao longo da campanha.O principal trunfo do inquérito para manter os bolsonaristas na mira, segundo pessoas que acompanham o caso, é entender que cada investida (ataque às urnas, atos antidemocráticos, vazamento de inquérito sigiloso do TSE, por exemplo, e as que podem ocorrer no futuro) é um evento praticado pela organização criminosas investigada.Como investigado, o presidente da República entra na mira da PF que quer descobrir se a atuação dessa organização criminosa, por meio da produção e difusão dos conteúdos com desinformação, fake news e ataque às instituições, resultou em ganhos financeiro ou político-partidário para agentes públicos e privados.O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, já entendeu que a ação de Bolsonaro no vazamento do inquérito sobre o hacker do TSE é um dos possíveis eventos e autorizou o compartilhamento. Ele deverá decidir em breve se a live com ataque às urnas em 29 de julho também deverá ser investigada dentro do caso. -Imagem (1.1633308)