Os deputados estaduais decidiram, na sessão desta quarta-feira (4), manter as sessões híbridas na Assembleia Legislativa de Goiás. A decisão foi tomada em votação com 16 votos a 8. Com isso, os parlamentares continuam com a permissão de participar das reuniões legislativas por meio remoto. O tema começou a ser alvo de discussão na terça-feira (3), quando os parlamentares reclamaram da presença de menos de dez deputados na Casa. Na ocasião, o deputado estadual Álvaro Guimarães (UB) questionou o fato de que o deputado Talles Barreto (UB), que presidiu a sessão, estava utilizando painel eletrônico para votar todas as matérias. O parlamentar respondeu que essa seria a melhor opção, já que só havia cerca de sete deputados na Casa, e os demais participavam da sessão remotamente. Leia também:- Deputados querem que sessões voltem a ser apenas presenciais- Só 3 de 224 sessões contaram com presença de todos os deputados em GoiásGuimarães, que inclusive participou da sessão via chamada de vídeo, argumentou que fazer a votação nominal acabaria demandando mais tempo. O deputado Hélio de Souza (PSDB) rebateu que a votação simbólica não seria apropriada quando a maioria dos parlamentares estão participando a distância. "Porque às vezes o deputado marcou presença, mas não está no momento da votação."Henrique Arantes (MDB), então, levantou a discussão de que os colegas que participavam de forma remota estavam, com isso, nas suas bases eleitorais. O deputado Amauri Ribeiro (UB), que estava na Assembleia, também defendeu o fim do sistema híbrido, devido ao fim de outras medidas sanitárias, como o uso obrigatório de máscaras. Enquanto se tentava obter votos suficientes para uma matéria de Ribeiro, Arantes anunciou que estava elaborando um requerimento ao presidente Lissauer Vieira (PSD) para que as sessões híbridas fossem encerradas. "Nós todos aqui não estamos mais usando máscaras, todos temos três doses de vacina, muitos já pegaram Covid-19, e quem não está confiante tem a opção de usar a máscara. Precisamos fazer a sessão presencial. É difícil a gente estar aqui e os outros tomando nossas bases."VotaçãoNesta quarta, então, a discussão foi retomada, quando novamente se questionou o uso de votação nominal para todas as matérias. Presidindo a sessão, Lissauer argumentou que, com as sessões híbridas, o uso exclusivo da votação nominal era mais adequado. O deputado estadual Antônio Gomide (PT) aproveitou para pedir nova votação quanto à continuidade ou não das sessões híbridas. Os parlamentares deliberaram sobre o assunto no dia 3 de março, primeira sessão do ano, quando se decidiu pela permanência do sistema. Para o petista, o momento agora é outro em relação à pandemia da Covid-19.Guimarães, que estava mais uma vez participando remotamente, voltou a defender a continuidade do modelo de sessão. "A votação a distância deu certo. Acho que ano político é difícil ter quórum no plenário", disse o deputado. Para ele, o importante é que o parlamentar que esteja a distância participe efetivamente da sessão, do início ao fim. Lissauer concordou com o deputado e se disse favorável à permanência do modelo, considerando que se trata de ano eleitoral. Ainda assim, colocou a deliberação para ser votada. Na discussão, Arantes voltou a falar contra as sessões híbridas. "Acho totalmente desnecessário. Eu vou participar das sessões no plenário e, quando eu for para o interior, vou justificar minha ausência", disse.Teófilo também falou contra a continuidade: "Tem colegas que dificilmente aparecem. 'Ah mas tem eleições'. Então receba a falta e vá para as eleições."Cláudio Meirelles (Agir) defendeu a permanência com o argumento de que a pandemia não acabou. Ele lembrou inclusive do estado de saúde de Iso Moreira (UB), que está internado depois de ter pegado Covid-19, e citou outros órgãos, como o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), que continua com sessões a distância.Para Amauri Ribeiro (UB), porém, a pandemia não é justificativa porque, segundo ele, os deputados que estão a distância também estão se reunindo com suas bases no interior, em aglomerações. "Pra mim, o mínimo é o deputado vir à Casa três vezes na semana", defendeu.Acabou que, na votação, a manutenção do modelo híbrido venceu. Diante disso, Arantes afirmou que passaria a participar das sessões a distância, quando precisasse ir ao interior, mas pediria sempre a conferência de quórum. Já Meirelles rebateu que tirar essa possibilidade seria um atentado à saúde pública. Votava sim quem queria a continuidade das sessões híbridas e não quem queria o fim. Veja como votaram os deputados:Álvaro Guimarães (UB) – simAmauri Ribeiro (UB) – nãoBruno Peixoto (UB) – sim Chico KGL (UB) - simRubens Marques (UB) – simTião Caroço (UB) – simVirmondes Cruvinel (UB) – simHenrique Arantes (MDB) – nãoLucas Calil (MDB) – simThiago Albernaz (MDB) - simEduardo Prado (PL) – nãoLissauer Vieira (PSD) – simMax Menezes (PSD) – simWilde Cambão (PSD) – simCel Adailton (PRTB) – simJulio Pina (PRTB) – simAlysson Lima (PSB) – nãoKarlos Cabral (PSB) – simSérgio Bravo (PSB) – nãoLeda Borges (PSDB) – nãoAntônio Gomide (PT) – nãoHumberto Teófilo (Patriota) – nãoZé Carapô (DC) – simHenrique César (PSC) – simVotos 24