O Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) determinou, no último dia 5, que a Saneamento de Goiás S/A (Saneago) suspenda os pagamentos e a execução de um contrato firmado com a empresa BRS Distribuição de Suprimentos, mais conhecida como BR Supply. As supostas irregularidades no contrato já são alvos de investigação da Polícia Civil e do Ministério Público de Goiás (MP-GO) desde o ano passado.A Saneago promoveu, em 2020, uma licitação para contratar serviços de gerenciamento logístico para operação de almoxarifado virtual, marketplace e self-storage, sob demanda, envolvendo suprimento de insumos de escritório, de laboratório de informática, de copa e cozinha, manutenção, reparo e operação e equipamentos de proteção individual e coletivo, por meio de sistema web disponibilizado e implementado pela empresa em questão.Em 2021, surgiram denúncias de irregularidades no contrato. Na época, segundo nota enviada pela assessoria da Saneago, foi feito um pedido de averiguação pela Controladoria Geral do Estado (CGE) e o contrato foi suspenso. Além disso, a estatal reteve os pagamentos e pediu também averiguação pela auditoria interna da empresa.Em janeiro, as investigações do MP-GO e da PC-GO levaram o governador Ronaldo Caiado (UB) a destituir Silvana Canuto Medeiros do cargo de diretora de Gestão Corporativa da Saneago. Nos bastidores, a informação era de que a mudança no cargo seria para esclarecimentos das denúncias.Na época, em carta enviada ao POPULAR, Silvana disse que se tratavam de denúncias “vazias”. Segundo ela, ações realizadas por ela “no enfrentamento e combate a irregularidades no âmbito da Saneago geraram insatisfações por parte de algumas poucas pessoas, que - em represália - vêm praticando reiterado denuncismo vazio. Estas denúncias deram origem aos procedimentos preliminares que se encontram em curso”.Neste mês, foi a vez do TCE se manifestar. A medida cautelar que determina a suspensão do contrato é da conselheira Carla Santillo e foi homologada em sessão plenária do TCE no dia 5.De acordo com o Serviço de Análise Prévia de Editais e Licitação do TCE-GO, não houve clareza na divulgação do método para obtenção dos dados referentes ao que é considerado valor de mercado. Por exemplo, havia uma estimativa do grupo copa e cozinha de mais de R$ 9 milhões. Os técnicos do tribunal, porém, calcularam algo em torno de R$ 600 mil. Também teria havido diferença de mais de R$ 22 mil em outros preços.Em nota, a Saneago reforça que já suspendeu o contrato e reteve os pagamentos. A empresa BR Supply afirma que já se manifestou nos autos do processo.Silvana Canuto diz que foi ela quem pediu a inspeção do contrato por parte da CGE. “Em início de novembro, da mesma forma, realizei a suspensão dos pagamentos.” E ressalta que “nenhum processo de contratação no setor público é realizado por uma pessoa, e este não foi diferente”. “Sou gestora pública há 30 anos e minha atuação sempre foi no sentido de realizar minhas atividades dentro da legalidade.”Leia também:Prefeitura adia licitação de semáforos em GoiâniaSanperes consegue liminar para manter serviço de vistorias em GoiásPrefeitura de Goiânia volta a vender folha de pagamentoTCU pede explicações da ANTT e Concebra por suspeita de irregularidade em pedágios de Goiás