O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovou nesta terça-feira (8) a fusão do PSL com o DEM e a criação do União Brasil, que nasce como o maior partido da Câmara dos Deputados.A fusão foi aprovada pela unanimidade dos ministros, em ação relatada por Edson Fachin. Ao votar, ele afirmou que verificou neste caso “o cumprimento de todos os requisitos necessários para a fusão de partidos políticos”.Fachin disse que, entre os requisitos necessários para a fusão, estão contemplados a ata da convenção nacional conjunta, realizada em 6 de outubro do ano passado, a aprovação do programa e do estatuto partidário.Também mencionou que já há o registro da pessoa jurídica do partido, assim como o nome, sigla e número da legenda, entre outros. Os outros ministros não divergiram do voto de Fachin, em julgamento que durou cerca de dez minutos.A defesa do partido apenas pediu que, já a partir desta quarta-feira (9), tenha acesso aos sistemas da Justiça Eleitoral. A solicitação foi aprovada.“Verifico cumpridos integralmente os requisitos objetivos para a fusão do Democratas e do Partido Social Liberal e, assim, para o deferimento do registro do partido político resultante, denominado União Brasil”, disse Fachin.“Devem ser somados os votos do DEM e do PSL obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados para efeito de distribuição dos recursos do fundo partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão.”O PSL e o DEM têm, juntos, 81 cadeiras na Câmara, à frente do segundo colocado, o PT, que tem 53. Mas, como mostrou a Folha, a tendência é de que entre 20 e 30 deputados bolsonaristas do PSL deixem a legenda.Eles devem se filiar ao PL, que atualmente tem em seus quadros o presidente Jair Bolsonaro. Ele se elegeu pelo então nanico PSL em 2018, mas se desfiliou da sigla no ano seguinte.Além de uma anunciada saída em bloco de bolsonaristas e de outros parlamentares, o novo partido ainda está em busca de um rumo na eleição presidencial, com variadas opções.De uma inicial e difícil negociação com Sergio Moro (Podemos) a uma tentativa de federação com o MDB de Simone Tebet (difícil) ou com o PSDB de João Doria (improvável), passando até pelo lançamento da candidatura presidencial de Luciano Bivar – que não é pra valer, mas apenas para forçar uma melhor colocação da sigla em algumas das chapas à sucessão de Jair Bolsonaro (PL).Palanque dividido em GoiásMesmo entre os parlamentares que ficarão no União Brasil, há políticos que admitem apoio nos estados a Bolsonaro, ainda que o palanque seja dividido com outros candidatos ao Palácio do Planalto.“Minha linha é de direita, conservador, tenho o mesmo perfil de direita. Pessoalmente, eu trouxe ele para Goiás, para todos os eventos em Goiás na última campanha fui eu quem trouxe, quando ele tinha 1% das pesquisas”, afirmou o deputado Delegado Waldir (PSL-GO), que pretende se lançar ao Senado na chapa à reeleição do governador Ronaldo Caiado (DEM).“A tendência é o União Brasil fazer o que fez na eleição passada, quando o Caiado abriu o palanque para mais de um candidato”, afirmou Waldir, citando Bolsonaro, Moro, Doria e Tebet.O novo partido contará com quase R$ 800 milhões de fundo eleitoral para distribuir aos seus candidatos.