A Prefeitura de Goiânia publicou, na noite de terça-feira (16), o novo edital da licitação da venda da folha de pagamento dos servidores municipais. Além do documento trazer especificações quanto à gestão da chave PIX do Executivo, a Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) estabeleceu que a empresa vencedora receberá investimentos de 30% do patrimônio do Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Goiânia (GoiâniaPrev). No edital publicado inicialmente, a Prefeitura previa apenas que a empresa faria a gestão de aplicações financeiras do instituto, sem exclusividade. Segundo o presidente da comissão especial de licitação que está conduzindo o processo, Cleyton da Silva Menezes, nos pedidos de esclarecimentos apresentados, as empresas apresentaram dificuldade para precificar a gestão e, por isso, decidiu-se por colocar o porcentual de 30%.Além disso, a Prefeitura reduziu de 10 para 5 dias úteis o prazo que a empresa vencedora terá para pagar o valor pelo qual a folha terá sido vendida. O lance mínimo é de R$ 165 milhões.A licitação, que será realizada na modalidade de pregão presencial, estava prevista para o dia 8 de novembro, mas foi adiada para o dia 26, a partir das 9h. O adiamento foi feito depois que a Prefeitura recebeu pedidos de esclarecimentos por parte de empresas interessadas, que questionavam o curto prazo entre o lançamento do edital e a data do certame, e a falta de detalhes de alguns dos serviços previstos pelo contrato. Cleyton diz que a redução do prazo para o pagamento por parte da empresa vencedora se dá para, de certa forma, compensar esse tempo "perdido" com o adiamento da data da licitação. O edital também não tem mais a parte que dava prazo de 120 para a empresa vencedora instalar o posto de atendimento na Prefeitura. O novo documento apenas prevê que a vencedora terá direito de utilizar o espaço de 190 m2 no Paço Municipal, que hoje é ocupado pela Caixa Econômica Federal. A Sefin também retirou do edital a parte que previa a gestão do vale refeição dos servidores da Companhia de Urbanização do Município de Goiânia (Comurg). Segundo Cleiton, a administração havia entendido que havia um cartão de vale refeição para esses trabalhadores, mas depois entendeu que se tratava de um valor pago à parte para que os funcionários paguem a alimentação e o transporte. Por isso, não seria necessária a previsão no edital. LicitaçãoA contratação de banco para gerir a folha de pagamento dos servidores virou polêmica desde abril, quando a Prefeitura desistiu de considerar as ofertas da Caixa Econômica e do Banco do Brasil (R$ 100 milhões e R$ 120 milhões, respectivamente) e resolveu contratar o Instituto Brasileiro de Tecnologia, Empreendedorismo e Gestão (BR TEC), sem licitação, para precificar a folha e, depois disso, realizar pregão para a venda.Se a folha for vendida pelo lance mínimo, a BR TEC vai receber R$ 8,45 milhões da gestão. Isso porque a empresa vai receber 13% do valor arrecadado acima de R$ 100 milhões pela Prefeitura. A empresa tem sede em Belo Horizonte e experiência neste tipo de serviço apenas em cidades pequenas do Pará e do Maranhão. A Prefeitura ainda não detalhou qual foi exatamente o serviço prestado pela empresa.A Prefeitura espera conseguir, na iniciativa privada, um valor maior do que o que foi ofertado pelos bancos públicos, pela venda da folha. Inicialmente, o secretário de Finanças, Geraldo Lourenço, havia informado a intenção de vender por R$ 250 milhões, mas o lance mínimo acabou ficando em menos de R$ 200 milhões.