Doze vereadores dizem ao POPULAR que vão avaliar melhor o relatório do projeto de lei complementar, que dispõe sobre o Plano Diretor de Goiânia (PDG), antes de decidir o voto em plenário. Entre eles estão Pastor Wilson (PMB), Paulo Henrique da Farmácia (PTC), William Veloso (PL) e Kleybe Morais (MDB), membros da Comissão Mista que votaram a favor do projeto no colegiado. Além deles, a vereadora Aava Santiago (PSDB) anunciou mudança de posição e agora vai votar contra a matéria.O anúncio da tucana foi divulgado durante o fim de semana, após a repercussão da votação na Comissão Mista, na última quarta-feira (5). Como o POPULAR mostrou, após 13 minutos do envio do relatório pelo grupo de Whatsapp dos vereadores que integram o colegiado, o parecer foi aprovado com o único voto contrário do vereador Mauro Rubem (PT). Nesta segunda-feira (10), a reportagem procurou os outros vereadores para saber como será seu voto quando o projeto for pautado em plenário.Pastor Wilson diz que votou sim no relatório porque queria que o projeto “descesse” para o plenário, mas que isso não significa que este será seu voto na última fase da tramitação. “Ainda estamos discutindo. Agora eu tenho acesso ao relatório todo, então estamos estudando ainda. O meu jurídico está trabalhando em cima disso aí”, diz.Os outros vereadores também usam o argumento de que votaram favoráveis na Comissão Mista para que a discussão ficasse para o plenário, embora essa comissão permita a análise de mérito das matérias. Os parlamentares ainda admitem que agora terão tempo para analisar o relatório, que além de ter sido aprovado com rapidez no colegiado, só teve os mapas e anexos disponibilizados no sistema da Câmara um dia após a votação.Outro fator que influencia nessa posição de “mais estudos” dos vereadores é que a Casa deixou a votação para fevereiro, quando retornam do recesso. Antes havia a expectativa da convocação de uma sessão extraordinária nesta semana para fazer a última votação do projeto. É o tempo que os parlamentares dizem ter ganhado para fazer suas análises.Paulo Henrique da Farmácia, que também votou a favor na Mista, afirma que precisa dar mais uma revisada no plano para ter um último entendimento. William Veloso diz que quer votar “naquilo que for melhor para a cidade” e explica a cautela, mesmo depois de ter aprovado o texto na comissão: “Estou ouvindo e conversando com o setor empresarial, moradores de bairros, representantes de entidades, entre outras lideranças.”Kleybe Morais participou da reunião da comissão de forma remota, porque tinha tido contato com o prefeito Rogério Cruz (Republicanos), que está com Covid-19. Seu voto, porém, não foi computado no sistema da Câmara. Ele afirma que votou a favor do projeto, mas assume que a sua posição no plenário ainda vai ser definida.Fora da comissãoOutros oito, que não participaram da reunião da comissão, afirmam que ainda querem fazer análises e estudos antes de decidir como vão votar no plenário (veja no quadro). A vereadora Aava disse, nas redes sociais, que decidiu não seguir com o voto a favor depois de uma análise mais profunda na matéria. “Fazendo a leitura de texto e mapas de forma sobreposta (esse é o maior desafio de compreensão do plano) e identificamos incongruências entre esses dois produtos”, justificou a parlamentar, que criou um grupo de trabalho para discutir o plano, com a primeira reunião realizada nesta segunda-feira (10). Ela foi uma das parlamentares mais bombardeadas nas redes pelo seu eleitorado desde a votação na Comissão Mista.Ela se junta a Mauro Rubem no voto contra o PDG. O petista reclama da falta de discussão sobre o projeto. Outro que diz que tem posição contrária é o vereador Raphael da Saúde (DC), porque acredita que o texto precisa ser melhorado e mais discutido. Mas afirma que ainda está estudando o relatório da vereadora Sabrina Garcêz (PSD).Os vereadores Bruno Diniz (PRTB), Henrique Alves (MDB) e Thialu Guiotti (Avante) disseram que pretendem manter os votos favoráveis ao plano. Essa também foi a posição deles na Comissão Mista. Bruno argumenta que, como participou do grupo de trabalho criado pela Prefeitura de Goiânia, discutiu a fundo o projeto. Henrique também lembra que foi secretário de Planejamento Urbano e Habitação quando o texto era elaborado, mas admite que tiveram mudanças na proposta inicial. “Mas a base do plano é a mesma, todos os princípios que guiaram o plano foram mantidos”, justifica.Cabo Senna (Patriota), que preside a Comissão Mista e, por isso, não votou, afirma ser favorável ao projeto e é assim que vai se posicionar no plenário. “Para o crescimento da cidade. É um projeto que deveria ter sido aprovado em 2017”, argumenta.Juntam-se aos favoráveis o vereador Léo José (PTB) e Sargento Novandir (Republicanos) – sem contar a relatora da matéria, Sabrina Garcêz (PSD). Para ambos, já houve discussão suficiente sobre o projeto. “Temos que votar, mesmo que não seja o mais perfeito, temos que avançar”, argumenta Léo José.Apesar do aparente recuo dos vereadores que dizem querer analisar com mais calma o relatório, há pouca perspectiva de que mais alguém vote contra o projeto além dos que já se manifestaram. O adiamento da votação, porém, faz com que ganhem mais tempo para dizer que analisaram a fundo a proposta antes de formular seu voto.O POPULAR entrou em contato com todos os vereadores, mas 13 não responderam, entre eles Clécio Alves (MDB), Luciula do Recanto (PSD) e Pedro Azulão Jr. (PSB), que votaram sim no relatório apreciado na Comissão Mista.Ausentes na Comissão Mista se justificamAlém dos votos favoráveis ao relatório do Plano Diretor de Goiânia (PDG) na Comissão Mista, chamou a atenção a ausência de alguns integrantes do colegiado na reunião de quarta-feira (5). Anderson Sales Bokão (DEM) disse que não foi porque tinha tido contato com o prefeito, diagnosticado com Covid-19. O democrata justificou que tentou participar a distância, mas não conseguiu se conectar. Ele é um dos que não têm voto definido.Anselmo Pereira (MDB), que está em quarentena depois que pegou dengue, conta que, no dia da votação, ainda estava no pico da doença. Ele afirma que ainda vai ler o relatório para definir seu voto. Lucas Kitão (PSL) disse que estava em viagem e não conseguiu voltar a tempo. Ele afirma que ainda vai definir seu voto, mas quer que tenha mais debate. Santana Gomes (PRTB) conta que teve um problema de saúde no coração e até precisou ser internado na semana passada. Mas afirma que, apesar de ter disposição para votar favorável, quer ler o relatório.Também faltaram à reunião Juarez Lopes (PDT) e Joãozinho Guimarães (Solidariedade), que não responderam. Leandro Sena (Republicanos) participou do encontro da comissão e até votou contra o requerimento por mais audiências públicas, mas já não estava no local quando o relatório foi votado. Ele também não atendeu ao contato da reportagem.-Imagem (1.2384600)