Atualizada às 20h42O pré-candidato ao governo de Goiás e deputado federal Vitor Hugo é o novo presidente do diretório estadual do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro. A informação foi divulgada em vídeo postado nas redes sociais pelo parlamentar, em que o presidente nacional da sigla, Valdemar da Costa Neto, se refere a Vitor Hugo como responsável pelo partido em Goiás. O pré-candidato ao Senado Wilder Morais é o novo vice-presidente. “Quero aqui cumprimentar nosso presidente, já assinou toda a documentação, Vitor Hugo, e o nosso vice-presidente, Wilder Morais. E dizer para vocês o seguinte: nós vamos ganhar essa eleição aí em Goiás. Esse é o desejo do presidente Bolsonaro. A escolha do Vitor Hugo e do Wilder foi do presidente Bolsonaro e tem o apoio do nosso partido”, afirmou Costa Neto.No vídeo, Vitor Hugo, Wilder e Costa Neto convidam apoiadores para encontro do PL que será realizado em Goiânia neste sábado (14). Na legenda da publicação, o deputado agradece a Bolsonaro e ao presidente nacional da sigla pela confiança “para conduzir os destinos do PL em Goiás”. Apesar de estar sendo divulgado como encontro da legenda, o evento deste sábado é visto como lançamento das pré-candidaturas de Vitor Hugo e Wilder e chegou a ser anunciado desta forma inicialmente. O POPULAR mostrou que a sigla decidiu não dar este tom ao evento para evitar questionamentos da Justiça, como o de propaganda eleitoral antecipada. A organização busca viabilizar a participação de Bolsonaro por videoconferência.De acordo com Vitor Hugo, a mudança de comando “marca a chegada do bolsonarismo raiz ao PL de Goiás” e “a abertura e alinhamento direto com o presidente”. “Estamos construindo projeto mais amplo que uma visão individual. Mais amplo do que eu e qualquer outro membro do PL em Goiás. Queremos um grupo fortalecido, um projeto de união e de unidade de esforços. Por isso é tão importante que o majoritário conduza, pois sempre vê o todo.” Vitor Hugo disse que a decisão sobre o novo comando do diretório “é uma construção que já vem sendo conversada há algum tempo”. Leia também:- Vitor Hugo diz que não vai compor com Caiado ‘de forma alguma’- Por questões jurídicas, PL evita falar em "lançamento" de pré-candidaturas em eventoDivisãoEx-presidente do PL goiano, Flávio Canedo disse que não foi informado sobre a decisão da executiva nacional, mas já a esperava. Canedo afirma que entregou o comando do partido há cerca de 15 dias e não conversou com Costa Neto após isso.O ex-presidente é marido da deputada federal Magda Mofatto (PL) e, até então, os dois ditavam os caminhos do partido no estado. O casal apoia a pré-candidatura do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota), ao governo de Goiás. O PL chegou a anunciar que havia embarcado no projeto do ex-prefeito, mas o plano partidário mudou após Bolsonaro anunciar apoio a Vitor Hugo.Após abandonar a presidência do PL, Canedo afirmou ao Giro que “não dava mais conta do modo de fazer política baseado no ego” de Vitor Hugo. Segundo Canedo, Vitor Hugo disse que só poderia ser candidato se também fosse o presidente da sigla.SabatinaEm entrevista ao POPULAR na terça-feira (10), Vitor Hugo falou em “esforço total pela pacificação” dentro da legenda. Na oportunidade, o deputado disse que ainda não sabia se iria assumir a presidência do PL em Goiás, mas argumentou que “é natural que o candidato majoritário tenha o comando da sigla para que os meios do partido sejam direcionados a todos”.Questionado se com Canedo no comando da legenda havia possibilidade de mais recursos serem destinados à campanha de Magda, Vitor Hugo disse que este era um caminho natural quando o partido não tinha um projeto majoritário e pelo fato de o casal ter o comando da legenda. O deputado argumentou que o objetivo é eleger a maior quantidade possível de deputados federais da base de Bolsonaro, e, para isso, “é preciso não ter foco somente em uma pré-candidatura”.RecursosReportagem publicada pelo jornal Estado de S. Paulo em janeiro de 2022 mostrou que Magda foi a principal responsável por doar recursos ao PL nos últimos anos. Entre 2017 e 2020, a parlamentar transferiu R$ 1,1 milhão para o partido. Este tipo de doação não é irregular, pois pessoas físicas podem contribuir com campanhas eleitorais e partidos. O limite é de 10% em relação ao total da renda bruta no ano anterior. A reportagem mostrou que as transferências de filiados renderam R$ 3,7 milhões à sigla. Ou seja, Magda foi responsável por cerca de 30% do total das contribuições.Na época da publicação, a deputada justificou que decidiu pelas transferências para fortalecer o PL. A parlamentar também disse que sustentava o partido em Goiás com a compra de suprimentos, de canetas e papel para serviços administrativos a combustíveis para as viagens.