-Imagem (1.2415503)Em 24 de fevereiro, dia em que se comemorou 90 anos do voto feminino no Brasil, o presidente da Câmara de Aparecida disse na tribuna da Câmara de Goiânia que “mulher não faz política porque não quer” e combateu a destinação de cotas femininas nas chapas eleitorais. Às vésperas do Dia Internacional da Mulher vazaram áudios de teor sexistas do deputado estadual por São Paulo, Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei. Neles, o deputado paulista disse que as mulheres ucranianas são “fáceis de pegar”, porque são pobres e que a fila de refugiados da guerra na Ucrânia tinha “mais mulheres bonitas” do que a “melhor balada do Brasil”.Enquanto segue a normalização de atos machistas, a violência também aumenta. Em Goiás o feminicídio é o único crime que cresce desde 2018. Todos os demais caíram, de acordo com dados do Observatório de Segurança Pública da Secretaria de Segurança do Estado. De 2018 a 2021 os homicídios de mulheres em Goiás aumentaram mais de 50%.Neste Dia Internacional da Mulher, assim como em todos os demais dias do ano, é preciso falar sobre o machismo estrutural fortemente enraizado na sociedade brasileira e das redes de apoio à mulher. Uma delas é a Rede Mulher Empreendedora (RME). Criada em 2010 para apoiar as mulheres na busca por autonomia econômica e geração de renda, a rede impactou mais de 9 milhões de pessoas em todo o país. Começou com a empreendedora social Ana Torres diante de suas próprias dificuldades em manter um negócio. Atualmente a rede oferece apoio por meio de capacitações, conteúdo qualificado, conexões, mentorias, acesso ao mercado por meio de marketplace, e programas de aceleração e acesso a capital, o que a tornou a maior plataforma de apoio às mulheres da América Latina, com quase 3 milhões de participantes.Para falar sobre esse tema, a entrevistada do Chega pra Cá deste 8 de março é a Co-CEO da Rede Mulher Empreendedora (RME) e diretora do Instituto Rede Mulher Empreendedora, Célia Kano. Engenheira mecatrônica e mestre pela Escola Politécnica da USP, Célia Kano tem especialização em gestão de inovação social e experiência de 10 anos em estratégia, gestão e novos negócios. Atualmente é doutoranda na Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP com pesquisa em modelos de negócios com impacto social.