-Imagem (1.2378135)Em 2009 o Brasil celebrou uma grande conquista: a universalização total do ensino no Brasil, quer dizer, a obrigatoriedade de o Estado oferecer escola desde a educação infantil, para crianças a partir de 4 anos de idade, até o ensino médio, aos 17 anos. A meta então passou a ser a melhoria da qualidade da educação.O fechamento de todas as escolas no Brasil desde março de 2020, por conta da pandemia da covid-19, afetou o curso dessa história. Seus efeitos são considerados pelos gestores educacionais como de “cauda longa”, ou seja, serão sentidos a médio e longo prazos, mas a ponta dessa cauda já se revelou.Levantamento do movimento “Todos pela Educação” com base na Pnad Contínua do IBGE revelou aumento de 171% no número de estudantes, de 6 a 14 anos, que estavam fora das escolas brasileiras no segundo trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período de 2019.O percentual de crianças e jovens de 6 a 14 anos matriculados no ensino fundamental e no ensino médio chegou a 96,2%, o menor número desde 2012. Em 2019, esse índice era de 98%.Outro estudo feito pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), em parceria com o Cenpec – uma organização da sociedade civil voltada à educação –, mostrou que o número de alunos sem acesso à escola no Brasil subiu de 1,1 milhão em 2019 para 5,1 milhões no ano passado, primeiro ano da pandemia. E este não é o único problema da pandemia. Há ainda a piora na defasagem da aprendizagem. Um relatório de testes de leitura aplicados em Goiás em outubro último revelou que 90,8% dos estudantes do 2º ano do ensino fundamental – crianças com idade entre 7 e 8 anos de idade – ainda não sabem ler. Nesta idade eles já deveriam ter uma leitura razoável. Neste cenário o ano letivo começará de 2022 em 19 de janeiro nas escolas estaduais com aulas presenciais e com uma novidade para 120 das 716 unidades da rede: a implantação do novo ensino médio. Por isso, a convidada deste último “Chega pra Cá” de 2021 é a secretária de Educação do Estado, Fátima Gavioli.