Em uma era de muita desinformação, as ferramentas de Inteligência Artificial generativas, ao mesmo tempo em que fazem os olhos brilharem com suas “mágicas”, também reforçam as preocupações de que elas possam facilitar a geração de conteúdo falso, seja em texto, imagem ou vídeo e, consequentemente, dificultem a consolidação do direito de acesso à informação. Preocupação que se agrava quando é cada vez mais noticiado que algumas plataformas digitais preferem expor conteúdos mais agressivos ou com apelo emotivo, ainda que falsos, a outros que não trazem o mesmo engajamento e, portanto, não deixam o usuário conectado por mais tempo reduzindo os ganhos publicitários. Para piorar, tal gestão de conteúdo traz mais polarização política que, em um ciclo nada virtuoso, é acompanhada de muita desinformação e belicosidade entre os grupos opostos. Por essa razão, o Dia Internacional do Acesso Universal à Informação – data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 – é importante para lembrarmos que a liberdade de expressão não se consolida apenas pelo direito de nos manifestarmos. Apresenta-se também no direito de todos os cidadãos poderem ter acesso às mesmas informações, tornando-as de fato universais, sem distinguir conteúdo de qualidade ou diversidade de fontes diversas para grupos privilegiados.