Eleições municipais não definem as presidenciais, mas revelam o ambiente político e projetam - ou minam - partidos, lideranças e candidaturas. Com o racha na "nova direita" bolsonarista e o envelhecimento da esquerda, particularmente do PT, emergem ao palco o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ambos fazendo movimentos ao centro. Tarcísio desliza para a centro-direita, e Haddad, até pelo cargo, para a centro-esquerda. Dizem que "Deus escreve certo por linhas tortas". A eleição municipal, de forma tortuosa, complexa, parece empurrar a política brasileira para seu velho eixo, nem tanto à direita, nem tanto à esquerda. Que centro é esse, ainda não está claro, até pelo asfixiamento do centro não apenas no Brasil, mas nas Américas, na Europa, pelo mundo afora. O momento é de radicalização, mas há sinais da volta ao prumo no Brasil.