Na sexta-feira à noite, no escurinho do cinema, o ministro do STF Dias Toffoli lançou mais uma bomba, em meio à decisão de Alexandre de Moraes sobre a volta do X, eleições na reta final, o debate crescente sobre os riscos das bets e o ataque de Israel à capital do Líbano: a anulação de todos os processos contra Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS. Ex-advogado do PT, Toffoli foi nomeado para o Supremo nos primeiros mandatos do presidente Lula, mas votou contra o partido na época da Lava Jato, impediu Lula de sair da prisão para ir ao velório do irmão e agora se açoita anulando condenações e multas da Lava Jato. Uma reviravolta e tanto, ou um pedido de perdão? Já Léo Pinheiro, capturado pela Lava Jato, foi o empreiteiro mais próximo de Lula, a quem visitava no sítio de Atibaia para bater altos papos e tomar uns drinks. Resistiu o quanto pôde a fazer delação premiada, mas cedeu depois de Marcelo Odebrecht abrir a fila e o bico. Sua delação, só aceita quando ele incriminou Lula, foi decisiva para a condenação e prisão do ex e atual presidente, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá - onde, aliás, ele não morava, nunca tinha morado e nunca iria morar.