Yahya Sinwar é o líder máximo do Hamas, acrônimo árabe de Movimento de Resistência Islâmica, o partido que governa Gaza e comanda a luta pela independência palestina. Exibir sua cabeça decepada é o Santo Graal de Netanyahu, um troféu para que possa cantar vitória. Sinwar, 61 anos, vive não se sabe onde. Mas, antes da guerra estourar, numa entrevista coletiva, avisou que voltaria a pé para casa e desafiou Israel a matá-lo nos próximos 60 minutos. Foi o tempo em que perambulou por Gaza, afável e ganhando abraços. É casado com Samar, 18 anos mais nova, com quem tem três filhos. Estudaram na Universidade Islâmica de Gaza; ele é formado em estudos árabes e ela tem mestrado em teologia. Grisalho, com cabelo e barba cortados rente, sobrancelhas pretas circunflexas, é baixo e tem dentes ruins. Tinha 26 anos ao ser condenado a quatro penas de prisão perpétua por assassinar dois soldados israelenses e quatro delatores palestinos. Foi solto 22 anos depois, com outros 1.025 prisioneiros, em troca da libertação de Gilad Shalit –soldado israelense cujo sequestro por cinco anos foi craniado, atrás das grades, por Sinwar em pessoa.