O episódio das tarifas de Donald Trump contra o Brasil expôs algo que poucos perceberam. O direito do agronegócio não é apenas mais uma especialização acadêmica. Ele emerge como um proto-direito derivado do direito constitucional, que protege a segurança alimentar nacional e fortalece a posição geopolítica do país. Quando o presidente dos EUA recuou nas tarifas do suco de laranja, não foi pela diplomacia - foi pelo peso da estrutura jurídica que rege o comércio agrícola, construído pelos técnicos que operam o direito do agronegócio brasileiro. Primeiro, vimos os contratos de fornecimento. Empresas brasileiras com atuações no território internacional têm acordos plurianuais com fornecedores brasileiros protegidos por cláusulas de força maior e arbitragem internacional. Romper esses contratos geraria litígios bilionários em cortes americanas e internacionais.