A presença da mulher no Direito e no Judiciário é mais do que representação: é uma frente essencial no combate à violência contra a mulher. Como advogada de família e tendo atuado como juíza, testemunho diariamente como a compreensão feminina, aliada ao rigor técnico, faz diferença na defesa da dignidade das mulheres. Neste mês em que celebramos o Dia da Mulher Operadora do Direito, reforço que ocupar espaços, na advocacia, no Ministério Público, na magistratura e em outras carreiras jurídicas é parte desse enfrentamento. Ser mulher no Direito ainda é enfrentar estruturas que insistem em nos silenciar. Em um país onde a violência de gênero permanece alarmante, nossa atuação se torna inegociável. Casos recentes, como o de Tainara Souza Santos, brutalmente atropelada e arrastada por um quilômetro, e o assassinato de duas servidoras do Cefet-RJ por um colega, reacendem a urgência de proteção e punição eficazes. Segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero, 3,7 milhões de brasileiras sofreram violência doméstica no último ano. Em 2024, foram 1.459 feminicídios — quatro mulheres assassinadas por dia. Em 2025, já ultrapassamos 1.180 feminicídios e registramos quase 3 mil atendimentos diários no Ligue 180.