“Perdeu, mané, não amola” é uma frase exemplar. Foi dita por Luís Roberto Barroso em 15 de novembro de 2022, quando ele e a casta suprema –Moraes, Mendes, Lewandowski– desfrutavam do bem-bom de uma boca-livre em Nova York. Lula fora eleito presidente em 30 de outubro e tinha a posse marcada para 1º de janeiro. Entre um dia e o outro, bolsonaristas acossaram os capas pretas em Manhattan com o chororô de que houvera fraude. Porta-voz do Brasil dos bacanas, Barroso deu um chega para lá no mané e seguiu caminho. Sua frase entrou para o léxico político. Ela ecoa tanto “ao vencedor, as batatas”, de Machado, como “ponha-se no seu lugar”, a ordem que os mandões dão desde sempre aos pés-rapados. A bagaceira não engoliu o desdém. Partiu para o pau dias depois da entronização de Lula e, com a bênção da grei verde-oliva, arrebentou o Supremo, o Parlamento e o Planalto.