Chegou a triste hora de dizer adeus ao Papa Francisco. Ontem, rodou imediatamente pelo mundo a notícia de sua morte na manhã da Pascoela, como se celebra, especialmente na Itália, a segunda-feira pós-domingo de Páscoa. Com 88 anos completados em dezembro passado, Francisco atravessou esta última quaresma, do hospital à sua residência, muito fragilizado pela enfermidade. Nos últimos dias fez breves aparições no Vaticano. E a última foi a bênção Urbi et orbi no domingo de Páscoa, diante de uma multidão na Praça São Pedro. O primeiro papa jesuíta e latino-americano deixa um legado de extrema importância para o presente e futuro da Igreja. Suas palavras, que antecederam o conclave no qual foi eleito, apontavam para o essencial da missão da Igreja ainda no início do terceiro milênio: a Igreja é chamada a sair de si mesma e ir para as periferias, não apenas geográficas, mas também existenciais, superando qualquer forma de autorreferencialidade e de mundanidade espiritual. Ao traçar o perfil do futuro papa, ele disse, ainda como cardeal, em março de 2013: “um homem que, a partir da contemplação e da adoração de Jesus Cristo ajude a Igreja a sair de si para as periferias existenciais, que a ajude a ser a mãe fecunda que vive da doce e confortadora alegria de evangelizar”.