Com o uso habitual do celular, nos surpreendemos frequentemente com alguns nomes em nossa agenda. Seria normal, se essas pessoas já não tivessem fora do alcance das nossas ligações. Mas, resistimos em apagar esses registros. Seria como se os expulsássemos de uma memória que permanece viva. Alguns, até partiram antes da chegada do celular. Esses tinham seus nomes, em ordem alfabética, em nossa agenda de bolso. Temos amigos “sistemáticos” para os quais raramente ligamos, com receio de importuná-los, mas cultivamos, igualmente, amigos grudentos demais - desses que ligam até para dizer o que vão comer no almoço. Sem falar nos que usam o telefone para contar alguma vantagem e, até mesmo para inventar mentiras quando estão se sentindo por baixo. Oportuno lembrar que o pior interlocutor mesmo é aquele que fala, fala e quando você vai se despedir, ele emenda um outro assunto. Como conhecemos bem essas pessoas, com muito pesar, já não as atendemos. Sabemos que o telefone para elas é um divã e não temos ombros e nem especialização para essas sessões que não tem hora para terminar.