Gilberto Kassab viu o que o também craque Luiz Inácio Lula não viu, talvez por velhas idiossincrasias: o eleitor que estava dando sopa, solto, sem rumo, era o do PSDB, que oscilava entre a centro esquerda e a centro direita. Kassab adaptou o PSD e está moldando o governador Tarcísio Gomes de Freitas ao gosto do freguês - leia-se: do eleitorado tucano. Lula teve a grande sacada de atrair Geraldo Alckmin para sua vice, mas ficou por aí. O erro original continua cegando os líderes de PT e PSDB e os dois partidos que reuniram os melhores quadros a favor da abertura política nos anos 1980, ao lado do MDB, continuam para todo o sempre como inimigos e, num abraço de afogados, afundam juntos e deixam a direita nadando de braçada. Lula conquistou Alckmin para sua chapa e o apoio dos melhores quadros tucanos contra Jair Bolsonaro em 2022, mas encheu os ministérios com o Centrão, inclusive com os bolsonaristas PP e Republicanos. Ok, o sistema e a governabilidade exigem, mas e eleitor, os votos? Foram dados de bandeja para o pragmatismo e a sagacidade política de Kassab.