Nenhum ser humano é uma ilha. Ao contrário, existe para a relação com os outros, o que requer aperfeiçoamento constante, explorando potenciais, superando dificuldades, melhorando. Se compararmos, então, a vida com um caminho, não se trata de um percurso solitário. Muitos são os que nos acompanham, lado a lado, atrás de nós, mas também à nossa frente. Os orientais chamam a esses de mestres e mestras. Uma alcunha que também habita o imaginário popular brasileiro. Mestres e mestras como especialistas no bem viver; sabedores da “ciência”, do que há. E não apenas para si, como encapsulamento, mas como exercício de doação constante. Cora Coralina lembrou com saudade de sua Mestra Silvina. E quanto aos nossos mestres e mestras? Todos, absolutamente todos nós, passamos pelo cuidado dos nossos mestres e mestras. Aprendemos deles a arte dos números e das letras, combinados com criatividade e longamente experimentados pelos que nos antecederam. Acaso, então, restaria a nós outro sentimento que não a gratidão?